Somente nesta sexta-feira, pela manhã, o governo Vinicius Claussen se pronunciou sobre a reclamação de pacientes do SUS no município, publicada na edição deste 14 de abril pelo Diário, em relação a falta de veículos para o transporte de pacientes para unidades hospitalares fora do município e a denúncia de que as viaturas da frota da secretaria de Saúde estariam sem manutenção e boa parte encostada e sem condições de uso devido a esse descaso. Apesar da gravidade da situação, e relatos de usuários do sistema, a resposta da prefeitura, através da Assessoria de Comunicação foi, digamos, “genérica”: “A Prefeitura Municipal de Teresópolis informa que todas as viaturas no pátio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) se encontram em situação que permite viagens e demais atividades realizadas no município e viagens para fora do município”. Apesar de provocada a seguir sobre as outras questões, a secretaria de Saúde não se pronunciou – pelo menos até o fechamento desta edição. O documento encaminhado para a redação do Diário responde ainda a questão de um paciente, uma criança, que segundo informação do pai quase perdeu cirurgia aguardada há um ano porque não havia veículo disponível na secretaria de Saúde. “De acordo com a SMS, o problema interno relacionado ao caso citado já foi solucionado e a família contactada pela Secretaria. Deste modo, foi reagendado a cirurgia para o paciente”, explicou a PMT, sendo informada pela nossa reportagem que tal procedimento hospital já havia inclusive sido realizado, após familiares conduzirem por conta própria a criança para unidade fora do município. Também não obtivemos resposta em relação a essa dupla informação.
Segundo apurado pela reportagem do Diário, a frota do setor tem aproximadamente 50 veículos e, desses, pelo menos 20% não está em circulação. Vans, ambulâncias e carros de passeio utilizados para conduzir teresopolitanos para unidades de saúde de diversos municípios estariam temporariamente inutilizados por falta de manutenção e peças de reposição. Começamos a verificar essa demanda após receber algumas reclamações de pacientes e seus familiares, preocupados em perder atendimentos que foram agendados meses atrás porque a SMS não estaria oferecendo adequadamente o atendimento necessário ao contribuinte local. “Estávamos há um ano esperando a cirurgia. Na terça-feira ligaram confirmando e informando que seria na quarta-feira pela manhã. Quando deu 9h, ligaram para a mãe do meu filho dizendo que não tinha carro, que não fornecem pneus para viaturas, peças para repor essas viaturas, que estão oferecendo risco para pacientes e motoristas”, relata o pai, informando que “tiveram que se virar para leva-lo ao hospital” e que não sabe como irá fazer para voltar para Teresópolis. “Para festa, para um monte de coisa tem dinheiro”, frisou o pai do jovem.
Outro caso que chegou ao nosso conhecimento é de um paciente renal, em situação semelhante. Ele aguardava há meses a realização de uma cirurgia e, ao chegar à secretaria municipal de Saúde, na Tijuca, no dia de embarcar para o hospital, recebeu a informação que o veículo que faria o transporte teria quebrado. Na ocasião, uma funcionária que faria parte do quadro diretivo do setor teria ficado indignada com a cena que estava presenciando e dito que “se fosse necessário, o levaria em seu carro particular”, conseguindo a seguir outra viatura para o transporte do teresopolitano para o Rio de Janeiro.