Marcello Medeiros
Se nos primeiros seis meses de 2018 a notícia foi boa em relação ao número de oportunidades com carteira assinada em Teresópolis, o início do segundo semestre apresenta números que preocupam aqueles que tentam se encaixar ou mudar de ramo no mercado de trabalho. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, no mês de agosto foi maior o número de dispensas do que contratações no município. No primeiro mês da segunda metade do ano, foram 1022 admissões e 1115 desligamentos, representando menos 93 pessoas empregadas com registro na carteira profissional. Nos municípios vizinhos a situação não foi muito diferente. Em Nova Friburgo foram 120 vagas a menos e em São José do Vale do Rio Preto houve o corte de 34 profissionais registrados. Somente Petrópolis começou o segundo semestre bem, com saldo de 137 oportunidades.
Em Teresópolis, setores como o de serviços – que envolve atividades como bancos, turismo, restaurantes, hospitais, postos de gasolina, serviços de consultoria e corretagem de imóveis, entre outros – que tinha apresentado recuperação no primeiro semestre, voltou a registrar queda. Em agosto, foram 455 admissões e 464 desligamentos, resultando no corte de nove vagas. Situação semelhante acontece com outras quatro áreas analisadas pelo Caged no município: Indústria, menos 12 vagas (90 admissões x 102 desligamentos); Agropecuária, corte de 29 funcionários (51 admissões x 80 desligamentos); Construção Civil, redução de 16 registrados (30 admissões e 46 desligamentos); e Comércio, com menos 30 vagas (393 contratações x 423) desligamentos). No caso do último setor, o que chama atenção é que nesse mês foram inaugurados grandes empreendimentos e pequenas lojas de rede no município, o que, pelo menos empiricamente, deveria representar mais vagas com carteira assinada. Segundo o Ministério do Trabalho, Teresópolis mantém 32.660 vagas com carteira assinada, em um universo de 6.830 estabelecimentos.
Indústria mais confiante
O Índice de Confiança do Empresário Industrial aumentou 0,9 ponto em relação ao mês passado e alcançou 53,7 pontos em outubro. Com isso, o indicador acumula uma alta de 4,1 pontos nos últimos quatro meses. Os resultados da pesquisa divulgada esta semana pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que o empresário voltou a mostrar mais confiança na recuperação da economia. Os indicadores variam de zero a 100 pontos. Quando estão acima de 50 mostram que os industriais estão otimistas. A média histórica do índice é de 54,1 pontos. “Mesmo com a sequência de bons resultados, o índice encontra-se 1,8 ponto abaixo do registrado em maio de 2018, antes da paralisação dos serviços de transporte de carga. O Índice de Confiança do Empresário Industrial de outubro ainda é 0,4 ponto inferior à sua média histórica e 2,3 pontos inferior ao registrado em outubro de 2017”, diz o estudo.
De acordo com a CNI, embora haja uma percepção de piora nas condições atuais das empresas e da economia, as expectativas para os próximos seis meses estão mais otimistas e estimulam a retomada da produção e dos investimentos. Entretanto, a melhora do índice em outubro deve-se, exclusivamente, às expectativas do empresário. Neste mês, o índice de condições atuais caiu para 45,8 pontos e está 0,9 ponto abaixo do registrado em setembro. É a segunda queda consecutiva do indicador e, segundo a CNI, mostra que o empresário percebe a piora crescente de suas condições correntes de negócios, tanto na economia brasileira quanto nas condições da empresa.
No entanto, o índice de expectativas para os próximos seis meses subiu para 57,8 pontos e ficou acima da linha divisória dos 50 pontos, que separa o pessimismo do otimismo. A confiança é maior nas grandes empresas, segmento em que o índice alcançou 54,9 pontos. Nas pequenas, o indicador alcançou 52,1 pontos e, nas médias, 53 pontos. A pesquisa mostra ainda que os empresários de todo o país estão otimistas. O Índice de Confiança do Empresário Industrial está acima de 50 pontos em todas as regiões. Neste mês, o indicador aumentou no Nordeste, no Sul e no Sudeste e recuou no Norte e no Centro-Oeste. A pesquisa ouviu 2.759 empresas entre 1º e 15 de outubro. Dessas, 1.094 são pequenas, 1.034 são médias e 631 são de grande porte. O estudo completo está disponível na página da CNI .