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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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“Servidor que roubar peças pode ser exonerado e responder criminalmente”, diz Prefeitura de Teresópolis

Imagens enviadas ao DIÁRIO, nesta quinta-feira, 23, sugerem revelação da forma como as peças dos veículos da frota da Prefeitura estariam sumindo do pátio do Parque de Exposições de Albuquerque.

Wanderley Peres

Imagens enviadas ao DIÁRIO, nesta quinta-feira, 23, sugerem revelação da forma como as peças dos veículos da frota da Prefeitura estariam sumindo do pátio do Parque de Exposições de Albuquerque. Embora incríveis, afinal o Parque de Exposições é murado e tem controle de acesso, só ingressando no local pessoas autorizadas – e o local tem até vigia, como informou o governo – as peças estariam sendo subtraídas por servidores da própria Prefeitura, conforme flagrou o cidadão que assistiu a depredação do patrimônio público que está ali guardado, e onde deveria estar preservado para recuperação ou venda em leilão, onde bom dinheiro poderia ter sido apurado se a providência tivesse sido tomada.

Um homem, aparentemente com o uniforme da Prefeitura, também aparece nas fotos. Governo Municipal investiga o que estariam fazendo no local. Fotos enviadas seriam do final do mês de maio deste ano

Quanto aos suspeitos pelo furto, – as imagens são insuspeitas, e dois envolvidos já teriam sido identificados -, a Prefeitura disse que “existe um relatório feito pela Subsecretaria de Assessoramento de Transportes solicitando abertura de sindicância para apurar como ocorreu o sinistro” e que, caso seja confirmado o furto das peças dos veículos, “o servidor envolvido poderá sofrer até exoneração, a bem do serviço público, e responderá na esfera criminal”.

Sobre a realização de leilão para a venda dos veículos sucateados, a prefeitura informou que desde 2016 existe um processo montado para a realização de leilão de veículos inservíveis e sucatas, e que esse processo “prescreveu por falta de andamento para a atualização, na época, da frota disponível de inservíveis para leilão e para leilão de sucatas”.

Parado há seis anos, o processo em questão, de número 7947/2016, teria andado nesta quinta-feira, 23, com a publicação, em Diário Oficial, de ato administrativo do secretário de Segurança, onde o secretário Daluz pede instauração de sindicância visando apurar os motivos da inércia do procedimento de venda dos veículos, parado desde o dia 11 de agosto de 2021 na subsecretaria de Transportes.

Enquanto setores da Prefeitura se movimentam, na busca de arranjar soluções para minimizar a repercussão do estado de coisas a que chegou a desorganização da máquina administrativa, de preferência arranjando um culpado para pagar a conta, a matéria do DIÁRIO movimentou também a política. Quem abriu o Parque de Exposições em 1989, onde passaram a ser feitas as festas da cidade, hoje feitas em praças e ruas fechadas, o ex-prefeito Tricano fez postagem muito comentada nas redes sociais, dizendo-se triste em ver um dos maiores palcos de eventos que fizeram história em Teresópolis completamente abandonado, virando ferro-velho. “Entendo que tivemos um período em que esse espaço não tinha como abrigar eventos e aglomeração, mas nada justifica o abandono. Vejam, esse é um espaço público. É da cidade também. É do povo. E ele merece mais cuidado e carinho. Espero poder voltar lá em breve e encontrar outro cenário”, antecipou.

Canibalização de veículos

Respondendo a O DIÁRIO, o governo negou a canibalização dos veículos, que chegaram ao local, a maioria, rodando, e agora nem rodas têm mais. Contrariando o que disse antes, de que as peças retiradas eram colocadas em outros veículos, da própria frota, a Prefeitura diz agora que não faz isso, nem deixa outros fazerem porque o local tem vigia.

As imagens dos veículos destruídos desmentem as afirmações do governo. E, se as peças não estão sendo retiradas para consertar outros veículos da frota – o que é errado, mas seria mal menor – estariam sendo retiradas com outra intenção então porque os furtos em curso saltam aos olhos, basta perceber as laterais de alumínio dos ônibus, que só falta o governo afirmar que deterioraram com o tempo. Lanternas, para-choques, para-lamas, volantes, motores, caixas de marcha… O que tem valor no mercado está sumindo no pátio de Albuquerque e a Prefeitura diz que não, que não tem nada de errado. Nem anuncia celeridade no leilão, que já deveria ter sido providenciado, para salvar algum trocado com os restos de peças de valor que possam ter sobrado nos carros “que não estão sendo canibalizados”.

Nissan March 2016 com o documento em dia, 2021 no verde, virou sucata com 2 anos de uso, ainda em 2018, por conta de um suspeito problema no motor, que não foi reparado. Exposto ao tempo e à falta de segurança do pátio do Parque de Exposições, sumiram diversas partes do veículo. Pneus, rodas, suspensão, para-choques e outros itens que não teriam sido utilizados em veículo similar da frota porque é o único.

Pontuando às diversas perguntas do DIÁRIO à administração municipal, a assessoria de imprensa respondeu parte delas. Algumas, mas respondeu. Afirmou que a máquina parada no pátio seria uma Patrol do governo do estado, não da Prefeitura, e que estaria ali “em estado de manutenção”. Responsável pela frota de veículos da Prefeitura, quase 100 deles sob a relapsa guarda do secretário de Agricultura no pátio de Exposições de Albuquerque, justificando a quantidade de veículos parados, a secretaria de Segurança disse que “os veículos oficiais tiveram sua vida útil reduzida devido ao desgaste por conta da grande carga de serviços e viagens no atendimento dos interesses da população” e que, “por determinação do TCE-RJ, o valor dos consertos não pode ultrapassar o preço de mercado do carro e, com isso, muitos veículos são considerados inservíveis e ficam disponibilizados para leilão, ainda sem data prevista para realização”. Disse ainda a Prefeitura que o local tem vigia e não há registros de furtos.

Embora as condições dos veículos no pátio comprovem o contrário, porque os veículos estão sendo canibalizados sim, inclusive veículos em bom estado, que chegaram rodando ao local, a Prefeitura disse que “a manutenção da frota é feita em oficina especializada e a empresa não tem autorização para retirar peças de quaisquer veículos”, afirmando ainda que a prática teria sido abolida pela atual gestão municipal. “O controle é feito pelo chefe da oficina da Subsecretaria de Assessoramento de Transportes, com identificação de cada bem”, disse. “Segundo levantamento da Subsecretaria de Assessoramento de Transportes feito em agosto de 2018, quando a atual gestão assumiu a Prefeitura, existiam 120 veículos parados por falta de manutenção, dos quais 70 foram recuperados e reintegrados às secretarias de origem, voltando a circular a serviço da população e, mais Recentemente, outros 33 veículos/equipamentos foram recuperados”, afirmou, informando que que estão sendo tomadas as providências necessárias para levar os veículos ou sucatas à hasta pública, ainda sem data prevista.

Sobre o veículo Nissan March 2016, que estaria com o documento 2021 no verde, conforme apurou O DÁRIO, a Prefeitura afirmou que a sua baixa foi dada em 2018. Ainda com relação à documentação dos veículos, a Prefeitura disse que vem promovendo a regularização da frota. “Segundo dados do setor, cerca de 40 veículos entre automóveis, motos, caminhões e ambulâncias, que há anos circulavam sem documentação, foram normalizados”, disse a assessoria de imprensa da Prefeitura.

Edição 23/11/2024
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