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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Sesc Teresópolis recebe exposição “Água de Cor”, de Ilana Paterman

Mostra que destaca o potencial feminino a partir das danças das orixás será aberta ao público no dia 31

O Sesc Teresópolis abre no dia 31 de março, sexta-feira, a exposição “Água de Cor”, da artista visual Ilana Paterman Brasil. A mostra traz ao público da serra fluminense 112 aquarelas e um vídeo-animação de seis minutos, resultantes do encontro da profissional com o Culto Afro Corte Real da Nação Ijexá, casa de candomblé localizada em Belford Roxo, Rio de Janeiro. Ilana filmou e fotografou a dança das mulheres do terreiro e, a partir das imagens coletadas, traçou em aquarela mais de 2.000 desenhos que mostram a suavidade, a força, o encantamento, a potência das orixás femininas que evidenciam os diferentes modos de ser mulher. “O que quero causar com este trabalho é uma pequena abertura nas pessoas, principalmente nas mulheres, que desconhecem a riqueza do feminino nos terreiros”, diz a artista.
“Água de Cor” tem entrada gratuita e classificação etária livre. Está aberta ao público de terça a domingo, até o dia 25 de junho. As aquarelas da mostra são divididas em sete grupos de 16 desenhos. Cada grupo representa a dança de uma orixá ao toque do agogô e das batidas do tambor. Segundo o historiador e escritor Luiz Antonio Simas, a “dimensão matriarcal é o elemento marcante da proposta de Ilana: quem dança nas aquarelas é a força criadora e incontornável do poder feminino, expressa nas iabás Oxum, Obá, Euá, Iemanjá, Iansã e Nanã. Acompanhando as mães primordiais, surge a Colondina, entidade misteriosa que encarna a volúpia e a autonomia da mulher que é senhora do próprio corpo e dos seus desejos”. Simas assina o texto curatorial de “Água de Cor”.

Ilana filmou e fotografou a dança das mulheres do terreiro e, a partir das imagens coletadas, traçou em aquarela mais de 2.000 desenhos que mostram a suavidade, a força, o encantamento, a potência das orixás femininas


Para Ilana, a escolha da aquarela como linguagem surge como consequência de suas vivências em terreiros, onde o fazer manual e o contato com recursos naturais são experenciados. O vídeo apresentado na exposição mostra a dança das iabás a partir de animações feitas com as aquarelas. “As iabás são as grandes senhoras, as grandes mães, as maiores representantes da força que as mulheres têm para com todo o mundo”, explica Ricardo Alves, Ogan da Corte Real.
Ilana é conhecida por se dedicar ao desenho do corpo em movimento, reinventando o cotidiano em híbridos de aquarelas e animação por rotoscopia, e investigando a potencialidade de corpos femininos e marginalizados. “Este ano celebro 10 anos de vivências e parcerias com casas de candomblé, espaços primordialmente matriarcais. Por meio das artes visuais, busco fazer pontes entre um modo de vida que carece de referências de formas de ser e agir enquanto mulher, por conta de séculos de controle e domesticação de corpos e subjetividades, e os saberes dos terreiros, que garantem, nas figuras das iabás, potencialidades diversas. Os saberes se presentificam nas danças: o corpo em movimento carrega em seus gestos uma infinitude de sentimentos, comportamentos, histórias e expressividades. Por exemplo, a dança da Oxum é lenta, delicada, acolhedora. Fiz cada desenho com calma e cuidado, e levei alguns meses para terminar sua série. Já a dança de Iansã é explosiva, arrebatadora, e aparece em pinceladas descontroladas. Fiz as mais de 300 aquarelas de Iansã em alguns dias. Esta diversidade está presente ao longo de todo o meu trabalho, em que busco compartilhar algo que eu mesma experimentei”.

Sobre Ilana Paterman Brasil
Ilana é artista visual formada em mídia arte pela Escola Superior de Mídia Arte de Colônia, Alemanha, e doutora em design pela Esdi/Uerj, onde também é graduada. Seu ateliê fica na Fábrica Bhering, no bairro do Santo Cristo, no Rio de Janeiro. A dança a seduz desde pequena. A mãe a colocou no balé quando menina. Na adolescência, ingressou na capoeira, atraída pelos tambores. E por eles foi conhecer o maracatu, os sambas, o funk e os terreiros. O feminino e suas manifestações por meio da dança estão presentes em obras como Água de Cor, Agbê e Como dançar funk. Dentre as atividades recentes, destacam-se: Edital Foca (Fomento à cultura carioca) 2023, categorias cultura popular e criação artística; prêmio de melhor videodança experimental, Híbrido Fest, São Paulo; seleção no Animage, Festival Internacional de Animação, Pernambuco; exposição individual “Como Dançar Funk” no Sesc Alpina, Teresópolis; seleção na categoria Artes Visuais pelo programa Rumos Itaú Cultural 2020; Festival de Vídeo Arte de Turku 2022, Finlândia; Mostra de Vídeo Arte da Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba 2021; Festival Sesc de Inverno RJ 2021, com exibição de 10 trabalhos; Prêmio Arte como Respiro Itaú Cultural 2020 e podcast Diálogos Audiovisuais: Videodança e Feminismo, pelo Sesc Brasil em 2021. Saiba mais: www.ilanapetermanbrasil.com.br / @ilanapatermanbrasil

SERVIÇO
O que: Exposição Água de Cor
Onde: Sesc Teresópolis, Av. Delfim Moreira, 749 – Várzea, Teresópolis – Rio de Janeiro
Quando: de 31/3 a 25/6/23
Horários: De terça a sexta, das 9h às 21h
Sábados, domingos e feriados das 9h às 18h
Entrada gratuita
Classificação etária: livre

Edição 18/05/2024
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