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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Setembro Verde: Mercado de trabalho ainda é exclusivo e restrito para PCDs

Hospital São José promove capacitação gratuita e adaptação de seus postos de trabalho para receber funcionários com deficiência

O mês de setembro é marcado por muitas campanhas. Setembro vermelho, amarelo e, também, o verde. Essa campanha foi criada em 2005 e visa conscientizar a população acerca das questões com relação à inclusão de pessoas com deficiência. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mesmo com ensino superior completo, as pessoas com deficiência possuem maior dificuldade de conseguir se inserir no mercado de trabalho do que o restante da população. Isto porque a área ainda é muito restritiva e preconceituosa.

Os colaboradores com deficiência do HSJ estão em diversos setores e ocupando diferentes cargos. Um deles é o Gustavo Marques, técnico em segurança do trabalho. Foto: Divulgação HSJ


O Hospital São José, da Rede Santa Catarina, preza pela inclusão. Por isso, promove cursos de capacitação gratuitos e online para pessoas com deficiência. O objetivo da iniciativa é atualizar e melhorar o currículo dos inscritos a fim de inseri-los no mercado. Após o fim do treinamento, os alunos ficam cadastrados no banco de dados da Rede e podem ser contratados de acordo com a necessidade da instituição.
Os colaboradores com deficiência do HSJ estão em diversos setores e ocupando diferentes cargos. Um deles é o Gustavo Marques, técnico em segurança do trabalho, que possui dificuldade de preensão na mão esquerda. Isto porque aos 14 anos ele se tornou deficiente após espremer uma espinha no canto da boca. Uma atitude inocente e cotidiana que trouxe como consequência para o adolescente uma meningite bacteriana, trombose na jugular e um acidente vascular encefálico, popularmente conhecido como derrame.
Gustavo trabalha no Hospital desde 2015 quando, através de um processo seletivo, foi um dos escolhidos para ser jovem aprendiz no setor de almoxarifado, onde ficou por 11 meses. Após esse período, contratado para o almoxarifado e após 4 anos promovido ao seu cargo atual.”Sabemos como é difícil um jovem com deficiência ingressar no mercado de trabalho, mas com determinação é possível! Atualmente sou o responsável pelo sistema utilizado pelo SESMT, pelo controle de equipamento de proteção individual e sistema de incêndio, dentre outras coisas”, explica o técnico.
Já Paulo Rogério Lamarca, enfermeiro oncológico, que foi diagnosticado como deficiente auditivo aos 14 anos também conta que enfrentou algumas barreiras para alcançar o seu objetivo. Ele possui perda parcial de audição nos dois ouvidos e há dois anos é um dos responsáveis pela segurança dos pacientes que fazem tratamento de câncer. “Quando eu era mais novo sofria muito bullying, mas não dava confiança, aproveitava a minha condição para fingir que não estava escutando. Hoje, no meu ambiente de trabalho, sou totalmente incluído e respeitado. Recebo tratamento de forma igualitária e suporte de adaptações para trabalhar no setor. Uma delas é a troca de telefone do tipo headphone”, conta.
Por fim, o enfermeiro aconselha a todos os jovens e adultos deficientes que estejam buscando uma inserção no mercado de trabalho: “Corram atrás dos seus sonhos, pois nossa deficiência não é nossa limitação e sim onde nós podemos demonstrar que nossa capacidade vai além do que se vê”.


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Edição 22/11/2024
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