Anderson Duarte
Quase todo o estado do Rio de Janeiro despencou na comparação nacional no índice que monitora todas as cidades brasileiras quanto ao desenvolvimento municipal e das dez melhores cidades no ranking fluminense, seis retrocederam na comparação Brasil. Uma delas foi Teresópolis que aqui no estado caiu do terceiro lugar geral para o décimo quarto na lista, por conta, principalmente de Emprego e Renda, segmento que liderava na pesquisa anterior e hoje ocupa a 16ª posição. A avaliação varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1 maior o seu desenvolvimento e são acompanhadas as áreas de Emprego e Renda, Saúde e Educação e avaliadas conquistas e desafios socioeconômicos de competência municipal: manutenção de ambiente de negócios propício à geração local de emprego e renda, Educação Infantil e Fundamental, e atenção básica em saúde. Desde o ano de 2016, inicio da gestão Tricano e base de comparação dos dados divulgados este ano, Teresópolis apresentou aumento da violência, queda vertiginosa da geração de emprego e renda e redução sensível dos índices de educação e saúde.
Assim como aconteceu com o estudo desenvolvido pelo IPEA e pelo fórum de segurança do estado do Rio de Janeiro, onde a violência em maior índice no mesmo período foi relacionado a queda vertiginosa na condição de emprego e renda, agora, com os números da FIRJAN, já é possível afirmar que foi exatamente esse recorte que levou o município ao incomodo posto de cidades que não apresentaram desenvolvimento, e o pior, que acabaram perdendo aquilo que já tinham conquistado. A recessão custou mais de uma década de desenvolvimento para o mercado de trabalho formal de nosso município. No IFDM Geral, 95,7% das cidades fluminenses apresentaram desenvolvimento moderado, 2,2%, regular, e nenhuma baixo desenvolvimento. Nas vertentes Saúde e Educação, 52,2% dos municípios foram classificados como alto desenvolvimento.
No IFDM, a nota média das regiões foi 0,9%, ou seja, inferior ao estado do Rio de Janeiro. Sob a ótica das vertentes, o IFDM Saúde foi 6,4% inferior ao Estado, enquanto o IFDM Educação e o IFDM Emprego & Renda ficaram 3,1% e 1,6% acima da média estadual. Na 2ª colocação estadual e na 346ª nacional, Nova Friburgo teve o maior IFDM entre os municípios das duas regiões. Esse fato pode ser explicado pelo fato do município ter o maior IFDM Emprego & Renda e IFDM Saúde do grupo. Município mais populoso do grupo, Petrópolis ficou praticamente estável frente a 2015 diante do recuo na vertente emprego e renda, em razão da menor geração de postos de trabalho formal e avanço nas outras duas vertentes. A maior alta foi em Cantagalo com 7,5% de avanço em relação à 2015. Esta alta pode ser justificada pelo crescimento da variável de renda. Enquanto o maior recuo foi verificado em Sumidouro (-4,2%) em razão, principalmente, da redução da renda. Curiosamente, Teresópolis é retratada no estudo como pertencente a região da Baixada Fluminense e retraiu 4,3% no IFDM frente à 2015, em virtude do recuo no IFDM Emprego & Renda. Com isso, o município perdeu a primeira colocação da região.
Segundo análise da FIRJAN, a distribuição das cidades fluminenses entre as faixas de desenvolvimento do IFDM revela um quadro mais favorável que o observado a nível nacional: 97,8% apresentaram desenvolvimento moderado ou alto no IFDM, frente a 76,2% no Brasil. No entanto, chama atenção o fato de apenas dois municípios terem atingido a classificação de alto desenvolvimento. A grande maioria (95,7%) das cidades fluminenses apresentou apenas desenvolvimento moderado. Por fim, duas cidades ficaram com desenvolvimento regular e nenhuma com baixo desenvolvimento. Em relação às áreas de desenvolvimento, Emprego & Renda foi a vertente com pior resultado, semelhante ao observado no cenário nacional. A grande maioria dos municípios atingiu apenas o desenvolvimento regular, 57 (62,0%). Adicionalmente, 21 cidades (22,8%) ficaram com baixo desenvolvimento, 14 (15,2%) com desenvolvimento moderado e nenhum município atingiu alto desenvolvimento.
Diante do cenário de crise em que o mercado de trabalho foi afetado, 62% dos municípios apresentaram retração quando comparados com 2015. Essa redução se deu tanto pela contração dos postos de trabalho quanto pela desaceleração dos salários. Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) acompanha o desenvolvimento socioeconômico dos mais de cinco mil municípios brasileiros com base nas três áreas fundamentais ao desenvolvimento humano: Educação, Saúde e Emprego & Renda. Criado em 2008, o índice possui periodicidade anual e é calculado exclusivamente com estatísticas públicas oficiais. Sua metodologia permite tanto analisar a fotografia anual dos municípios quanto a evolução ao longo dos anos. A leitura dos resultados é bastante simples: o IFDM varia de 0 a 1, sendo que, quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento da localidade.