Marcus Wagner
O receio pela proliferação do novo coronavírus preocupa professores de Teresópolis diante da possibilidade de reabertura das creches e escolas do município, após a prefeitura dar prosseguimento à flexibilização da quarentena e liberar o funcionamento de vários setores. Ainda não foi divulgada nenhuma proposta de data para o retorno pela Secretaria Municipal de Educação, porém os profissionais só aceitam a volta ao ensino presencial com a garantia de que todos os ambientes contarão com os procedimentos mais eficazes de prevenção contra o Covid-19, tanto para os alunos quanto para professores e demais servidores.
Apesar de não ter havido uma divulgação de data prevista para o retorno, chegou-se a cogitar o mês de agosto e agora alguns professores relataram a nossa reportagem que há diretores prevendo que o funcionamento seja retomado em outubro, porém nada disso foi confirmado oficialmente.
Para que os 22 mil alunos inscritos na rede municipal de Educação possam voltar a estudar com a segurança adequada, os professores cobram que a prefeitura realize uma lista de ações para tornar os ambientes das 25 unidades escolares adaptados às exigências da nova realidade, com ferramentas e procedimentos adequados à disposição de todos.
Essas reinvindicações foram encaminhadas à Secretaria Municipal de Educação através de um ofício do Sindicato Estadual dos Professores (Sepe) que detalha tudo que é considerado imprescindível para que a categoria possa aceitar o retorno nas atividades neste segundo semestre.
A volta às aulas nas condições atuais é vista como algo impraticável pela categoria, já que reabertura das escolas teria como efeito aumentar ainda mais as aglomerações no transporte público e colocando em risco a política de combate à pandemia. O trabalho firme de prevenção é considerado essencial devido ao enorme risco à comunidade escolar da rede municipal, se aulas forem retomadas sem que a doença esteja controlada.
As principais reivindicações que constam no documento são:
Caso ocorra um novo aumento no número de casos, refletindo na ocupação dos leitos médicos em índice superior a 70%, que sejam suspensas novamente as atividades presenciais;
Fundamentação em estudos da OMS e das principais organizações de saúde do país e universidades, como a Fundação Oswaldo Cruz e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para decidir como se dará o retorno;
Não permitir que profissionais do grupo de risco retorne ao trabalho enquanto durar a pandemia;
Desinfecção das estruturas físicas e dos materiais didáticos de uso coletivo, sistematicamente, e condições para assepsia, com disponibilização de álcool 70% em gel em áreas de circulação, dispensadores de sabão líquido, papel-toalha descartável, lixeiras com acionamento tipo pedal;
Disponibilizar máscaras faciais para todos que acessarem as unidades, sendo obrigatório o uso, e equipamentos individuais de proteção para estudantes e profissionais da Educação.
Resposta da Secretaria de Educação
Em reposta às reivindicações da representação sindical dos professores, a Secretaria Municipal de Educação enviou um ofício em que garante que todas as medidas listadas já fazem parte de um plano de ação que ainda será debatido com profissionais da Educação e a sociedade para fazer um planejamento adequado e seguro.
“Esta Secretaria Municipal de Educação tem como prioridade a saúde de alunos, professores e comunidade escolar e, por isso, acompanha a produção de documentos pertinentes à evolução da Pandemia do COVID-19, bem como, as perspectivas de diminuição de novos Casos”.
O documento diz ainda que foi elaborado um documento inicial que será levado ao debate com todos os envolvidos, sem tratar de datas por enquanto, apenas das rotinas administrativas e pedagógicas. O texto garante que “os 27 itens apresentados pelo SEPE estão contemplados no amplo documento”.