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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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A pitoresca Fonte Judith

Apesar de dar de beber a quem tem sede, no início do ano a fonte Judith, no bairro do Alto, sofreu nas mãos dos vândalos, quando foi completamente pichada, transformando-se o importante ponto turístico numa vergonha municipal. Graças a contribuição da Pousada Terê Parque, no entanto, o atrativo foi ompletamente revitalizado, e está, novamente, em condições de receber os visitantes, e até festa será feita neste sábado, 15, quando comemora-se os 50 anos de sua revitalização, transformação feita em julho de 1967 pelo prefeito Waldir Barbosa Moreira, e inaugurada dentro do calendário de festividades do aniversário do município.

Apesar de dar de beber a quem tem sede, no início do ano a fonte Judith, no bairro do Alto, sofreu nas mãos dos vândalos, quando foi completamente pichada, transformando-se o importante ponto turístico numa vergonha municipal. Graças a contribuição da Pousada Terê Parque, no entanto, o atrativo foi ompletamente revitalizado, e está, novamente, em condições de receber os visitantes, e até festa será feita neste sábado, 15, quando comemora-se os 50 anos de sua revitalização, transformação feita em julho de 1967 pelo prefeito Waldir Barbosa Moreira, e inaugurada dentro do calendário de festividades do aniversário do município.

Propriedade do negociante Luiz de Oliveira, nos anos 1920, a fonte já era cantada em versos no tempo em que Teresópolis era freguesia, dependente de Magé. E, vendida ao empreendedor Arnaldo Guinlle, quem ampliou o apelo turístico da fonte, foi ainda bem particular de Joaquim Rolla, até ser doada à municipalidade pelo jurista João de Oliveira Filho, seu último dono.

Com apresentação rústica, ou em azulejos, ou simples mina num canto de mata no tempo da freguesia de Santo Antônio do Paquequer, a fonte Judith é uma referência da nossa cidade. Mas, quem foi Judith?
 
Embora possa sugerir, nossa Judith nada tem a ver com a religião. Personagem bíblico, nome de livro na bíblia católica, somente, Judith fez milagre ao libertar o povo de Israel das garras do opressor. – "Viúva, essa heroína aproximou-se do inimigo e matou seu general, permitindo a libertação do povo", conta o Monsenhor Antonio Carlos, da Igreja Matriz de Santa Tereza. Mas, nossa história é outra. E nossa Judith, também. Segundo o poeta Renato Paula, em texto publicado na imprensa local, a milagrosa cura de uma jovem, filha de um abastado negociante da rua São Pedro, no Rio de Janeiro, teria dado origem ao lugar. As revelações foram feitas pelo coronel Angel Cuquejo, antigo morador de Teresópolis, vereador à época do ocorrido.

– "A pitoresca e encantadora Fonte Judith, que nasce no sopé da montanha, no Alto, e que se constitui num dos mais belos e aprazíveis recantos turísticos da cidade, tem dado origem a uma infinidade de lendas, as mais diversas e desencontradas, que há mais de trinta anos correm pela boca do povo, com foros de veracidade. Mas, a verdade é que quase todas essas lendas que têm sido formuladas em torno daquela fonte de água pura e cristalina, que brota do seio virgem da montanha ciclópica não passam de meras fantasias, de histórias apócrifas, que a tradição popular vem difundindo através dos anos. A verdadeira história, que liga o nome de Judith àquela procurada fonte, soubemo-la através da palavra autorizada do coronel Angelo Lopes Cuquejo, testemunha ocular do fato. Revelou-nos Angelo que, em 1919, conhecera um abastado negociante, um atacadista de armarinho, que possuia o seu estabelecimento comercial na rua de São Pedro, no Rio. Chamava-se Luís de Oliveira e possuía em Teresópolis, na rua Melo Franco, no Alto, uma bela e confortável residência de veraneio, onde costumava vilegiaturar com a sua família, inclusive uma filha, ainda muito jovem, de nome Judith. Foi nessa época que Judith, tendo contraído uma insidiosa moléstia de estômago e depois de percorrer vários médicos especialistas da Capital, sem obter melhoras em seu estado, foi trazida para Teresópolis, como última tentativa de seu pai, que nutria esperanças de que o nosso saudável clima viesse a proporcionar melhoras à sua extremada filha. Foi então que Judith começou a beber a água fresca e pura daquela nascente, perdida entre as urzes, na encosta da montanha. E aí operou-se o milagre: a jovem sentia, a cada dia que passava, visíveis melhoras em seu estado, até o completo restabelecimento da saúde. Percebeu, então, Judith, que a sua milagrosa cura provinha daquela linfa transparente que jorrava despercebida ao pé da serra".

O pai de Judith, então, entusiasmado com o fato, teria procurado imediatamente adquirir aquela fonte milagrosa, à qual deu o nome de sua filha restabelecida. E foi assim que se originou o nome da "Fonte Judith", pelo qual é até hoje conhecida aquela pitoresca nascente.

Renato Paula foi mais além e contou até mesmo sobre os contratempos que a fonte enfrentou, sobrevivendo à falência de seu criador e à especulação imobiliária que tomou conta daquele trecho de terras, propriedade antes de José Augusto Vieira e, depois, dos empresários Arnaldo Guinlle, Joaquim Rolla e João de Oliveira Filho, quem doou o próprio à municipalidade.

"Mais tarde, porém, em 1921, tendo o negociante Luís de Oliveira sofrido alguns contratempos em seus negócios, já que o seu estabelecimento da rua de São Pedro falira, viu-se na contingência de vender a milagrosa fonte, comprada então pelo Dr. Arnaldo Guinle. Todavia, Luís de Oliveira, ao vender, com grande mágoa, a linda e milagrosa fonte, que havia restituído a saúde de sua dileta filha, solicitou ao adquirente que a conservasse, mantendo o nome que lhe havia dado".

Contada por Renato Paula, a história de Angel Cuquejo é confirmada pelo memorialista Armando Vieira. Autor do livro Therezópolis, de 1938, o escritor conta, inclusive, que a fonte ganharia, por aqueles anos, uma "nova característica", o que acabou acontecendo trinta anos depois. – "Esse frontão de onde corre a limfa, por cinco bicas, cinco tartaruguinhas de bronze, vai ser todo revestido com lindos azulejos de cerâmica de Jorge Collaço… A Fonte vai sofrer um banho artístico", anunciou Armando Vieira, em 1938. – "Retratada por artistas plásticos de renome, entre eles Manoel Madruga, a fonte teve as características mudadas mais duas vezes: em 1954, quando foi reformada pela Teresópolis Imobiliária, de Joaquim Rolla e, depois, em 1967, já pela prefeitura municipal, no governo de Waldir Barbosa Moreira, quando ganhou o atual painel, pintado pelo professor Amado, autor também dos painéis da Casa de Saúde NS de Fátima e da igreja de São Judas Tadeu, em Agriões", conclui Regina Rebello, do Serviço de Patrimônio Histórico da Prefeitura Municipal.

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Edição 22/11/2024
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