Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse hoje (8), em Hamburgo, na Alemanha, que retorna ao Brasil da reunião do G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) disposto a priorizar a conclusão do acordo de recuperação fiscal do Rio de Janeiro. À jornalistas, Meirelles disse que a expectativa é concluir as negociações na próxima semana.
“É um assunto urgente que temos que resolver. Para isso, o [governo do] Rio de Janeiro ainda tem que fazer algumas adaptações no plano. Estamos trabalhando intensamente e esperamos que esta semana possamos concluir este processo, que é vital para que o estado possa voltar a viver uma situação de normalidade e saia desta insegurança fiscal que existe no momento”, declarou o ministro, que permaneceu em Hamburgo para o encerramento da cúpula, após o presidente Michel Temer retornar ao Brasil.
OCDE
Também na próxima semana, autoridades brasileiras voltam a se reunir com representantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Economico (OCDE) para tratar do ingresso do Brasil na organização, que reúne 35 países e atua para promover políticas públicas que visem a melhoria do bem-estar econômico e social da população. Além disso, fazer parte do grupo permite que especialistas governamentais possam se reunir com os representantes de outros países-membros para comparar as políticas públicas em cada área com as melhores práticas disponíveis internacionalmente.
Durante a reunião do G20, Meirelles se reuniu com o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, para tratar do assunto. Segundo o ministro, Gurria está “muito entusiasmado com a ideia do Brasil entrar na OCDE”.
“Vamos discutir isso na próxima semana – já é o início do processo”, garantiu o ministro, que minimizou a possibilidade de os Estados Unidos se oporem ao ingresso do Brasil na organização. “Os Estados Unidos, a princípio, sempre mantêm um certo cuidado no que diz respeito à entrada de novos membros na OCDE, particularmente de países pequenos, europeus. O Brasil, no entanto, é uma economia de grande porte e tem todas as condições para entrar na OCDE e já estamos efetuando as mudanças fundamentais para isso.”
Reformas
Meirelles voltou a defender a necessidade de mudanças nas leis trabalhistas e previdenciárias, mas, desta vez, admitiu que “há muita gente contra as reformas” propostas pelo governo. “Elas são do interesse do país, existe uma ampla gama de apoio, são uma questão fundamental, mas é evidente que existe muita gente que se opõe a elas”, disse o ministro, enfatizando a importância das reformas macroeconômicas para que o país “alcance o equilíbrio fiscal, retorne ao crescimento e, depois, crescer mais”.
O ministro também comentou em Hamburgo a polêmica que resultou no pedido de demissão de dois diretores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) por discordarem da posição do novo presidente da instituição, Paulo Rabello de Castro, sobre a nova taxa de juros do banco. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Rabello criticou a Taxa de Longo Prazo (TLP), que substituiu a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).
“Preciso conversar com o presidente do BNDES para entender qual é realmente a preocupação dele e se ele tem alguma sugestão”, disse Meirelles, defendendo a nova taxa. “Não há dúvida de que achamos que a mudança, a criação da TLP, é positiva. Tanto que propusemos isso, defendemos isso e continuamos defendendo.”