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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Condições precárias de atendimento na saúde e até perseguição a servidores

Depois da luta pelo Abono da Educação, SindPMT sai em defesa do pessoal da Saúde

Na manhã desta terça-feira, 4, a empreendedora Renata Caldas foi ao posto de saúde da Barra para tomar a dose de reforço da Covid-19. Queria, também, se imunizar contra a gripe, mas não conseguiu porque, embora tivesse a vacina em estoque, foi informada de não havia seringas e teve que voltar para casa com o atendimento pela metade. Em casa, reagindo aos efeitos da vacina, também ontem, recebeu resposta da Ouvidoria Municipal para um pedido de vaga que havia implorado para atendimento à avó que estava doente e faleceu há cerca de um mês, na Upa, que é centro de triagem e não hospital. “De acordo com o setor, paciente internado no isolamento com quadro de BK+PNM. Já teve alta”, informou a prefeitura.

“Eu briguei tanto por uma vaga. Bati boca com muitos. Implorei a vários. E infelizmente minha avó faleceu, sexta-feira agora vai completar um mês. Hoje, recebo a resposta da Ouvidoria da Saúde, sobre um protocolo de pedido de urgência na transferência dela e pasmen, a resposta foi que ela já teve alta. Não arrumaram a vaga e simplesmente nem sabem quem ela é. Um número, uma estatística, um erro do acaso. Para mim não. Não quero fazer política e muito menos que meu desabafo seja utilizado para isso. Mas quero que saibam que atrás de um número, de uma estatística, de uma negligência, tem uma família”, postou Renata no Facebook, muitos se solidarizando com o seu drama.

Além de perder um ente querido e por quem lutou pela sua vida implorando um atendimento decente a que tinha direito, o descaso flagrante e a falta de empatia da administração municipal chega a assustar. Quinto município do estado em casos de morte por Covid – já somam 926 mortes, segundo a secretaria estadual de saúde, o quinto município em número de mortes apesar de ser o décimo oitavo em população – Teresópolis continua em caos na saúde apesar do arrefecimento da pandemia. Postos sem medicamentos e até sem itens de higiene; pessoal sobrecarregado e sem equipamentos de segurança e direitos básicos e, ainda, conforme denúncias ao Sind-PMT, estariam ocorrendo casos de perseguição.

Segundo a presidente Kátia Borges, que saiu vitoriosa de desgastante luta pelo pagamento do Abono aos servidores da Educação, que o prefeito só cumpriu depois de pressionado a fazê-lo, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais tem recebido várias denúncias de servidores por falta de material de limpeza, de papel higiênico até, além da falta de equipamentos de proteção e de lanche dos pacientes e a inexistência das adequadas condições de trabalho para um bom atendimento à população. “Diante do caos na saúde, os servidores estão se cotizando para comprar o lanche. A situação é precária nos postos de saúde da cidade e do interior, inclusive na Beneficência Portuguesa, com filas enormes de crianças para atendimento”, disse a O DIÁRIO. Prometendo buscar a justiça até para reverter a condição adequada de atendimento e trabalho, Kátia lembrou que mal os servidores da saúde acabaram de passar pela batalha da Covid onde se destacaram pela improvisação para o melhor atendimento, quando param os postos de vacinação nas ruas e parecia que a coisa ia melhorar, vem a influenza para lotar os postos e aparecem novos casos de desorganização. “Já estamos com a influenza e não estamos vendo a secretaria tomar as devidas providências de prevenção. É sempre reação aos erros e equívocos de gestão, e sempre em prejuízo da população e em sacrifício do servidor, cada dia mais sobrecarregado”, disse.

Ponto eletrônico mal implantado, outro problema para o servidor da 

Além do descontrole na prestação do serviço e da falta de condições para o trabalho na saúde, servidores apontam ao SindPMT, também, várias denúncias com relação ao ponto eletrônico digital que foi mal implantado e não funciona direito. “Você põe o dedo e não aceita porque está registrado outro servidor com a sua digital é o erro mais comum. Tem, também, registros de casos em que o ponto que não aceita a digital e dá erro quando o servidor tentar entrar para o trabalho e de funcionários que não fizeram o cadastramento e não estão batendo o ponto por causa disso, uma bagunça. São várias reclamações e o sindicato não vai permitir isso, inclusive os casos de perseguição aos servidores por causa do ponto. Vamos fazer denúncia ao Ministério Público, porque não pode haver prejuízo ao trabalhador diante da implantação de um ponto eletrônico como esse está sendo implantado. Geramos um ofício à secretaria de Administração e o secretário já aceitou fazer reunião com o sindicato para tentar ajustar e resolver o problema. Não temos condições de trabalhar com um ponto eletrônico sem ele estar devidamente implantado. E, por culpa dos outros, o servidor não pode ficar sem salário e vamos pedir o pagamento em dobro na justiça, se ocorrer algum abuso nesse sentido. Não vamos permitir que o servidor seja prejudicado em função da desorganização da prefeitura”, completou a sindicalista.
Saúde 

 

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Edição 23/11/2024
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