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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Bancos de sangue estão com estoque baixo na pandemia

Everton Lima (IFF/Fiocruz)
O Dia Mundial do Doador de Sangue é comemorado em 14 de junho por iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS). Além de agradecer aos doadores, é um dia de conscientizar sobre a necessidade de manter os estoques de sangue e de como todos podem contribuir. De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), 16 a cada mil habitantes são doadores de sangue no país, o que corresponde a 1,6% da população brasileira. Embora o percentual de doadores de sangue esteja dentro da recomendação da OMS, de que pelo menos 1% da população seja doadora, é necessário aumentar esse índice, estimulando que mais pessoas passem a ser doadores regulares, para manter os estoques de sangue em níveis seguros.

No contexto atual da pandemia de Covid-19, uma das muitas consequências é a queda na doação de sangue. “As doenças continuam existindo apesar da pandemia. Além da própria Covid-19, que é um fator que é mais um desafio, continuam existindo pacientes com câncer, bebês prematuros nas Unidades de Terapias Intensivas (UTIs), gestantes que precisam de suporte para hemorragia durante o parto, pacientes crônicos, pessoas com anemia falciforme, entre outras doenças que continuam demandando cuidados médicos. Para podermos efetivar esses cuidados precisamos das doações de sangue”, comenta a hemoterapeuta e gestora da Hemoterapia do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Maria Cristina Pessoa dos Santos.

O Hemorio, hemocentro do Rio de Janeiro, instituição que fornece sangue para vários hospitais – cerca de 200 hospitais no Estado do RJ, incluindo o IFF/Fiocruz – tem tido uma baixa importante nos seus estoques em decorrência da diminuição do número de doadores por conta da pandemia. Outros períodos que também apresentam uma baixa de estoque de sangue são nas férias, festas regionais, inverno e feriados prologados. “O processo é seguro, estão sendo adotadas todas as medidas de distanciamento social, higienização, todos os cuidados de forma que não haja nenhum prejuízo para o doador, e que ele possa fazer essa doação com o máximo de segurança”, orienta a hematologista e também gestora da Hemoterapia do IFF/Fiocruz, Marcella Vasconcelos Vaena.

As doações podem ajudar até quatro pessoas, porque cada doação de sangue pode dar origem a um concentrado de hemácias, um plasma, uma plaqueta e um crio precipitado. “Cada um desses componentes pode ser distribuído para pacientes distintos. Então, é realmente um ato de amor e de cidadania”, explica Marcella. A doação de sangue é pouco para quem doa e muito para quem precisa, pois, a transfusão de sangue, os hemocomponentes, ajudam a salvar muitas vidas anualmente. “A doação é essencial e não afeta em nada a saúde do doador, são coletados no máximo 450ml no momento da doação e a recuperação é imediata”, conta a técnica em hemoterapia do IFF/Fiocruz Gisele Mello.

A diminuição de doações na pandemia pode prejudicar o atendimento nos hospitais, afetando a realização de cirurgias e outros procedimentos – acesse a lista e veja o Hemocentro mais perto de você. “A única forma de garantir o suprimento suficiente é através da doação voluntária. A doação de sangue é um gesto de solidariedade e salva vidas. Vamos nos unir para enfrentarmos essa pandemia, juntos somos mais fortes!”, afirma a técnica em hemoterapia do IFF/Fiocruz Fernanda Ferreira.
A auxiliar administrativa da Hemoterapia do IFF/Fiocruz Jaqueline Moreira da Silva conta que doa sangue desde os 21 anos e sempre incentiva as pessoas a doarem também. “Doar é um dever, você ajuda pessoas, salva vidas. Em relação a dor ou algum incômodo, isso é mito, a doação é muito tranquila, sempre com todo o cuidado necessário. Para mim é um dever quase que moral ajudar outras pessoas”.

A incompatibilidade do Rh (sistema de grupo sanguíneo) negativo da mãe com o Rh positivo do bebê pode gerar um problema conhecido como Doença Hemolítica Perinatal, que pode afetar o feto durante a gestação e/ou o bebê no pós-parto. Essa foi a situação enfrentada pela paciente do IFF/Fiocruz Luana Pompeu, pois, ao longo da gravidez, ela precisou passar por 6 transfusões intrauterinas para salvar a vida da sua filha Lathifa. “Eu tive minha filha no IFF/Fiocruz na segunda-feira (24/5/2021), ela passou por 6 transfusões intrauterinas, mas graças a Deus ela nasceu bem. Eu só posso ser grata a equipe médica, o IFF/Fiocruz, o Hemorio, os laboratórios, pois são muitos que trabalham nessa parceria, porque é filtragem, separação, pesquisa… E foi um trabalho imenso estar aqui hoje e a minha filha estar bem, sã e salva. Estou aqui imensamente grata a todos que doaram sangue, continuem doando, vocês fazem um trabalho lindo, maravilhoso”, agradece ela.
Um ato de amor

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Edição 27/11/2024
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