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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Viciado em drogas matou aposentado em Teresópolis, aponta Polícia Civil

“Vítima era uma pessoa do bem, um religioso que só queria ajudar o próximo”, relata o Delegado da 110ª DP

Luiz Bandeira

Nesta quarta-feira, 15, a Polícia Civil elucidou o homicídio de um homem encontrado com marcas de espancamento dentro da casa de uma pessoa que ele mesmo estava ajudando e segundo o apurado lhe atacou violentamente. Com marcas de espancamento, Manoel Pontes, de 69 anos, morreu a poucos metros do local onde residia, no Vale da Revolta. A reportagem do jornal o Diário e Diário TV esteve no gabinete do Delegado Titular da 110ª DP, Dr. Marcio Dubugras, para entender a dinâmica de mais crime bárbaro solucionado pela polícia. Segundo o policial, a vítima estava empenhadoaem ajudar o suspeito de homicídio, que é viciado em drogas e morava na rua, sem sequer imaginar qual seria o triste fim dessa história. “Realmente é um fato muito triste, a gente percebeu que se tratava de um caso de um senhor de idade, de 69 anos, que tentou ajudar um drogado, no ano passado esse autor, Bruno Branco, morava na rua, quando a vítima, Sr. Manoel Pontes, vendo aquela condição e sendo uma pessoa extremamente evangélica, tocava no culto da igreja, trouxe o autor para dentro da sua casa. Então ele começou a residir dentro da casa da vítima, sendo que o autor, usuário de drogas e começou a cometer subtrações de bens dentro da casa do Sr. Manoel, e não teve mais condições de mantê-lo ali. Ainda assim, com o intuito de tentar ajudar esse ser, esse drogado, ele alugou uma casa próximo a residência dele, sendo que o autor Bruno Branco continuou realizando subtrações, invadindo a residência da vítima, subtraindo pertences e usando o dinheiro para comprar drogas e na segunda-feira, 13, quando a vítima disse para o autor que não iria mais pagar o aluguel da residência dele, ele trouxe a vítima pra dentro da residência dele e o espancou até a morte”, relatou o Delegado.

Manoel Pontes, de 69 anos, segundo a polícia, havia alugado uma casa para ajudar o homem que acabou tirando a sua vida


A família da vítima, percebendo que o Sr. Manoel não havia voltado para casa, acionou a autoridade policial. “A vítima desapareceu na segunda-feira por volta das 18h, na terça-feira, 14, a família se movimentou e junto com Bombeiros e com a Guarda Municipal fez buscas na mata no intuito de localizar a vítima e por volta de 13h a vítima foi encontrada através dos cachorros do projeto K9 da GCM, que acharam o corpo da vítima dentro da casa do autor. A perícia foi chamada e se constatou que a vítima tinha morrido por espancamento, estava com as pernas amarradas e havia indicativo de tentativa de início de incêndio”, relata Dubugras.
As investigações então se voltaram sobre a suspeita de que Bruno seria o autor do homicídio. “A partir daquele momento nós começamos a tentar localizar o autor, e a gente acredita que tentou se esconder na mata ou qualquer outro local. A vítima foi encontrada seu corpo às 13h, quando foi 18h moradores da localidade encontraram o autor e o agrediram. Chegou para a delegacia o conhecimento de que um suspeito da morte do Sr. Manoel estava internado no HCTCO, para onde me dirigi e realizei a oitiva do autor, em que ele conta uma história totalmente contraditória aos fatos. Ele disse em depoimento uma coisa importante que só ele e a própria vítima, tinham a chave do cadeado para entrar na residência por que a vítima foi encontrada. A porta estava trancada pelo lado de fora com o cadeado, então só alguém que tivesse aquela casa que poderia ter participado daquele homicídio. Então nós fizemos a oitiva do autor e pedimos a prisão dele, a prisão preventiva. O inquérito foi relatado imputando a responsabilidade a Bruno por homicídio qualificado, por motivo torpe e também por impedir a possibilidade de resistência da vítima”, acusa o delegado.

Integração
O titular da 110ª DP destacou a importância do trabalho em conjunto das forças de segurança do município para elucidar mais um crime de homicídio. “Mais um caso elucidado, mais um caso que demonstra a importância da integração entre as forças, foi fundamental a localização da vítima para se chegar ao indicativo de quem teria sido o autor”. Dr. Márcio lamenta o fato de a vítima estar tentado ajudar o suposto autor do crime e questiona até que ponto vale a pena correr o risco para ajudar o próximo. “Como eu disse é um fato triste, de um ser humano com um coração extremamente grande de querer ajudar o próximo, ajudar um drogado e ser agredido até a morte por uma pessoa que estava sendo ajudada. É complicado se analisar até que ponto as pessoas podem se arriscar no sentido de ajudar os outros, por que infelizmente tem muitas pessoas ruins, a gente tem muitas pessoas boas, mas tem que se ter a cautela com relação às pessoas que você trás pra dentro da sua casa, ainda mais uma pessoa drogada, por quê o drogado não tem limites, ele pra manter o vício é capaz de fazer qualquer coisa, nós temos vários casos de assassinato, de homicídio de drogados em face dos pais, em face de avós no sentido de subtrair tudo da residência para comprar droga e sustentar o seu vício”, pontuou o delegado.

Edição 22/11/2024
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