Cadastre-se gratuitamente e leia
O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
em seu dispositivo preferido

Gavetas do Cemitério Caingá ainda não ficaram prontas

Contratadas por R$ 1 milhão e 142 mil, das 1042 gavetas só 120 ficaram prontas

Wanderley Peres

Obra com previsão de entrega em 120 dias a partir de 10 de janeiro passado, ainda não estão prontas as 1042 gavetas mortuárias no cemitério Carlinda Berlim que deveriam ter sido entregues no último dia 10 de maio. Embora seja uma construção simples, e tenha custado valor que chegou a ser questionado na Câmara de Vereadores como muito alto, R$ 1.142.089,23, as gavetas só ficaram prontas 120 delas. Segundo a Prefeitura, o total de gavetas contratadas à empreiteira Econstruir só deverá ser entregue em meados de agosto, “se não houver imprevistos no fornecimento do lúculos pré-moldados”, prevendo o governo a finalização de outras 120 gavetas em 15 ou 20 dias, quando em caso destas serem entregues no prazo prometido restarão outras 800 gavetas a serem entregues. Com 32 sepultamentos por semana no Caingá, essa foi a média dos últimos 7 dias, seriam necessárias cerca de 150 novas gavetas por mês. E seriam mesmo necessárias as novas gavetas agora porque diante das denúncias de descontrole com as sepulturas e descaso com os corpos haverá de ser cobrado um mínimo de rigor nos processos de abertura de vagas, que exige prazo para exumação e destinação correta dos restos mortais, situações de descaso que desde 2018 O DIÁRIO já vinha alertando, quando familiares denunciaram à imprensa o desaparecimento de um corpo no cemitério Caingá, e que agora, no último dia 13, foram flagradas por policiais militares da Unidade de Policiamento Ambiental do Parque Estadual dos Três Picos, sendo descobertos dois espaços de armazenamento de restos mortais, sendo um container e um ossário, inadequados para aprovisionamento desses restos fúnebres, criando condições impróprias e potencialmente perigosas para pessoas, animais e natureza. “A equipe da 5ª UPAm procedeu ao local e conseguiu constatar no total cinco salas, um porão e um quarto com diversos restos mortais alocados de forma inadequada. Foi feito contato com o administrador do cemitério que disse não ter nenhuma licença ambiental para operar, e em seguida foi apresentado aos agentes um TAC do Ministério Público de 2006 onde foram encontradas diversas cláusulas não cumpridas pelo órgão administrador do cemitério municipal”, informou a Polícia Ambiental através do site do Disque Denúncia.

Enfim, uma luz

São fartas as queixas contra o serviço fúnebre da Prefeitura em Teresópolis, sendo comuns os familiares ficarem postergando o sepultamento, alguns levando até 4 horas de atraso, enquanto os responsáveis pelos cemitérios faziam a regulação das vagas, às vezes mudando o local de sepultamento até, como ocorrido em 12 de agosto do ano passado, sepultando-se um corpo em Venda Nova que estava programado para sepultamento em outro local, onde não havia vagas.

Mas, embora tenha piorado drasticamente o serviço depois da assunção do atual governo, quando desde então se verifica descontrole das vagas e falta de razoável administração nos cemitérios municipais, os problemas com sepultamentos em Teresópolis começaram com a falta de providências a partir da tragédia de 2011, quando tivemos 392 mortes imprevistas, sem que sepultura nova alguma tenha sido providenciada.

Desde então, além dos “sepultamentos em covas tão rasas para não serem alcançado outros túmulos mais profundos”, como já publicou O DIÁRIO, o sepultamento em gavetas toscamente construídas e sem a necessária vedação vem fazendo proliferar moscas e mau cheiro no cemitério Caingá, onde um bairro foi criado praticamente dentro dele. “Os coveiros estão enterrando o corpo um em cima do outro, com 4 ou 3 palmos do chão só. A minha casa vive infestada de moscas de cemitério, nem posso abrir. Tenho uma bebê de 3 meses e já mandei vídeos explicando para o prefeito e até agora nada foi resolvido. É difícil viver aqui”, reclamou uma moradora da Fonte Santa, vizinha ao Caingá.

Como O DIÁRIO publicou um ano atrás, alertando as autoridades para o problema, os nove cemitérios do município não acompanharam o crescimento desordenado e, somado à falta de investimento, em total desrespeito que não é exclusivo do atual prefeito e seus secretários, mas já vem se arrastando há longo tempo, piora o caos que pode afetar qualquer um de nós num dos momentos mais difíceis de se lidar, que é o de se despedir de um ente querido. Faltam locais para sepultamento, espaço para covas ou gavetas, e até locais para depositar os ossos que são retirados. Além disso, a quantidade de funcionários não é suficiente para dar conta de tanto serviço, situação que obrigou o Ministério Público a propor Termo de Ajuste de Conduta ao município, visando organizar os cemitérios, cuja situação vem se arrastando há alguns anos e gerando multa diária ao município pelo não cumprimento de vários pontos.

Além do Caingá, existem outros oito campos-santos em Teresópolis. Na estrada Isaías Vidal, fica localizado o cemitério de Canoas. Às margens da RJ 130 ficam os cemitérios de Venda Nova, Bonsucesso e Vieira, ficando no Vale Alpino, também no Terceiro Distrito, o menor deles. No Segundo Distrito, tem o cemitério de Santa Rita, próximo à Fazenda Alpina e, ainda os cemitérios de Serra do Capim e de Rio Preto, em Volta do Pião.

Cemitério Particular autorizado

Considerando a incompetência da administração municipal, que não consegue mais nem arranjar um local público para os sepultamentos dos munícipes, sendo obrigada a população a ir à imprensa cobrar solução, contendo-se o descaso e abuso, a boa notícia da semana é a celebração de uma concessão para a construção de um cemitério particular no município. O ato autorizativo foi publicado em DO na última quinta-feira, 21.

Conforme anunciado pelo DIÁRIO no último sábado, o cemitério particular ficará próximo ao cemitério público Carlinda Berlim e as obras devem começar no próximo mês, com previsão de entrega e início de funcionamento em doze meses oferecendo planos populares, por adesão, como plano de saúde ou funeral. Pelo termo de permissão, dez por cento das gavetas, cerca de 400 unidades, serão reservadas à Prefeitura, para gratuidade à população, minimizando os problemas de ocupação do cemitério Carlinda Berlim, que já não suporta as necessidades do município.

De nome “Solar da Paz”, o cemitério vertical contará com 5 capelas de velório, 1 igreja, 26 criptas familiares para até 18 pessoas, lanchonete e restaurante e sala de velório para maior público, com funcionamento 24 horas. “Inicialmente, serão oferecidas ao público 1.000 gavetas. Mas, em outras quatro etapas, essa quantidade chegará a 4 mil, abrindo-se mais vagas ainda quando houver a rotatividade de uso das gavetas com a reserva dos restos mortais em ossários, tudo com rígido controle, de forma ambientalmente segura e em espaço asseado e bem cuidado. Além da estrutura de gavetas verticais, o cemitério contará ainda com crematório, que tem previsão de funcionamento para 2025”.

Edição 26/11/2024
Diário TV Ao Vivo
Mais Lidas

AÇÃO DA PCERJ, PM E MP: Três presos em operação de combate ao tráfico no interior

Skatista de apenas 10 anos vai representar Teresópolis em competição nacional

Dinheiro da Educação foi usado para comprar diversos outros imóveis

Governo estadual altera regras para o e-commerce

SEDCON e PROCON-RJ divulgam monitoramento de preços da Black Friday

WP Radio
WP Radio
OFFLINE LIVE