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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Montanhistas contra a concessão do Parque Nacional da Serra dos Órgãos

“Não deixe que o PARNASO seja transformado em um shopping center”, destaca Federação

As principais entidades de representação do montanhismo no Estado do Rio de Janeiro, a FEMERJ, e do país, a CBME (Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada), têm se posicionamento contrárias ao projeto de terceirização de serviços na terceira mais antiga e uma das mais importantes unidades de conservação do país, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos – com sedes em Teresópolis, Petrópolis e Guapimirim. Está em andamento a concessão de toda a área de visitação do PARNASO, onde uma empresa vai gerir por 30 anos todo o patrimônio cultural do montanhismo do Parque, abrangendo todas as trilhas e escaladas, como a Travessia Petrópolis x Teresópolis, e até as montanhas que têm acesso por fora das portarias e onde nunca sequer havia sido cogitada a cobrança de ingresso, como o Dedo de Deus, Cabeça de Peixe e Escalavrado.
Através das redes sociais, a FEMERJ (Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro) tem destacado que se trata de “um processo sem transparência, sem um verdadeiro debate com a sociedade, conduzindo por pessoas que não conhecem o parque e a cultura do montanhismo”. Na mesma publicação, é frisada a necessidade de se suspender o atual processo de concessão, iniciar um novo procedimento com mais transparência e efetivamente participativo e garantir a diversidade das oportunidades de visitação além do turismo de massa.
Outros tópicos destacados pela FEMERJ são: – Evitar a turistificação (degradação do espaço pelo turismo); – Retirar as zonas primitivas da área de concessão; – Considerar as contribuições elaboradas pela Câmara Temática de Delegação de Serviços e a a nota técnica dos servidores do PARNASO; – Respeitar os valores, a ética e as boas práticas do montanhismo, conforme os documentos da Federação de esportes de montanha do Estado do Rio de Janeiro (FEMERJ) e da Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada (CBME).
Também através das redes sociais, os representantes do esporte no estado do Rio tem tentado angariar apoio de praticantes e interessados na gestão da unidade de conservação. “Apoie a proteção da integridade do ambiente de montanha, com sua biodiversidade e fragilidade. Apoie a preservação do montanhismo, por uma autêntica experiência em montanha. Não deixe que o PARNASO seja transformado em um SHOPPING CENTER, se oponha ao atual processo de concessão”, frisa o texto. Mais informações e colaborações podem ser feitas nas páginas de Instagram @femerj e @cbme.montanhismo

Através das redes sociais, a FEMERJ tem destacado que se trata de “um processo sem transparência, sem um verdadeiro debate com a sociedade, conduzindo por pessoas que não conhecem o parque e a cultura do montanhismo”

Abraço ao PARNASO
Em outro do ano passado, foi realizado um “abraço” ao PARNASO, na portaria de Teresópolis. “Hoje não estamos fazendo uma manifestação, mais um grande abraço ao parque. Recentemente chegaram pra gente para analisar nove pastas, 400 folhas, 27 planilhas de Excell, todo o pacote de serviços, para ser visto em uma semana, o que é inviável. Queremos mais transparência e participação da comunidade envolvida com o parque, queremos que essas mudanças não seja feitas sem a nossa participação. Tem muita coisa errada aí, não só economicamente, mas em relação à sustentabilidade. Contamos com o ICMBio para não ser feito do jeito que está sendo feito. São 30 anos de concessão e pedimos para que analisássemos toda essa documentação em uma semana”, pontuou, à época, o montanhista Waldecy Mathias, da Femerj. Além de representantes da Federação, estiveram em Teresópolis membros de clubes de montanhismo e associações que realizam importantes trabalhos no Parnaso há décadas.

Está em andamento a concessão de toda a área de visitação do PARNASO, onde uma empresa vai gerir por 30 anos todo o patrimônio cultural do montanhismo do Parque, abrangendo todas as trilhas e escaladas e outros serviços

Serviços a serem terceirizados
O processo de concessão de serviços de uso público é um procedimento que permite o repasse, à iniciativa privada, dos serviços de apoio aos visitantes nas Unidades de Conservação (UCs), como cobrança de ingresso, estacionamento, café, bares, restaurantes, lojas de souvenir e atividades esportivas na natureza. A FEMERJ e outros grupos que há tantos anos vem contribuindo com a conservação ambiental e o desenvolvimento do Parque Nacional pediram mais diálogo e apresentaram as seguintes reivindicações: – Que o SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) seja respeitado na modelagem da nova concessão; – Que seja dada oportunidade para que pequenos empreendedores locais possam prestar serviço de alimentação nas três sedes do Parque, por meio de edital de autorização; – Que seja permitido acompanhar e participar nos estudos para modelagens de serviços de apoio ao uso público, que envolverão parceria com o BNDES; – Que seja garantido que a pesquisa científica, envolvendo a flora e a fauna, seja mantida e fomentada; – E que seja discutida coletivamente uma política de preço de ingresso justo e o controle do acesso de carros e pessoas a áreas mais sensíveis.

Resposta do ICMBio
Em nota encaminhada para a redação do jornal O Diário e Diário TV, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) informa que o projeto de concessão do Parque Nacional da Serra dos Órgãos está em fase de consulta pública. Ainda segundo o texto, “As contribuições eletrônicas poderão ser realizadas entre os dias 22 de dezembro de 2022 e 19 de março de 2023 por meio do formulário eletrônico disponibilizado em http://web.bndes.gov.br/pesquisa/index.php/773382?lang=pt-BR . As audiências públicas serão realizadas em data e locais informados posteriormente. Mais informações podem ser consultadas no site do Programa de Parcerias e Investimentos, em: https://portal.ppi.gov.br/concessao-do-parque-nacional-da-serra-dos-orgaos-rj “

Edição 22/11/2024
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