A prática de atividades físicas faz bem para o corpo e, também, para a mente. Tais benefícios já são comprovados pelos cientistas e conhecidos pela população. No dia 06 de abril, Dia Mundial da Atividade Física, o ortopedista do Hospital São José, Luiz Frederico Trabone, falou sobre alguns cuidados que precisam ser tomados ao deixar o sedentarismo. Primeiramente, o médico ressalta que fazer atividades físicas regularmente ajuda a prevenir patologias crônicas, como doenças cardíacas e vasculares, considerando que a prática fortalece os músculos e melhora a circulação sanguínea. Contudo, ele explica que a pessoa precisa ter cuidado e paciência ao sair da inércia para começar a se exercitar. Os “atletas de fim de semana”, que só fazem atividades físicas neste período, também precisam redobrar a atenção e se prevenir, a fim de evitar lesões.
“Os atletas de final de semana estão expostos a todos os riscos possíveis. Dois deles se apresentam mais fortemente. O primeiro é o risco de lesão osteomuscular já que este público, normalmente, não apresenta os músculos, articulações e ossos preparados para esforços súbitos e intensos. Isso aumenta muito a chance de lesão muscular ou tendínea, fraturas ou entorses. O segundo e mais grave diz respeito à saúde cardiovascular. Pacientes sedentários podem apresentar risco aumentado para formação de trombos ou anomalias no coração, isso faz com que um atleta de final de semana possa sofrer angina ou infarto ou até mesmo uma arritmia durante a prática esportiva, um esforço ao qual não está acostumado”, explica Dr. Luiz Frederico.
É muito comum que as pessoas associem lesões apenas a atletas profissionais e de grande rendimento. Mas, isso não é verdade! Esportistas amadores também podem se lesionar e, se não forem tratadas corretamente, as lesões podem evoluir e se tornarem problemas mais sérios. Em alguns casos, é necessário até a realização de cirurgias. Em linhas gerais, os motivos mais comuns para lesões são: a falta de condicionamento adequado e prática equivocada de exercícios. “Natação apresenta muita lesão em ombros, como tendinite do manguito rotador. A prática de ciclismo pode levar à tendinite em punhos e lombociatalgia, além de lesões musculares nos membros inferiores. Esportes que envolvam corridas, como futebol ou uma simples caminhada, podem levar à lesão de panturrilha chamada síndrome da pedrada, tendinopatias nos joelhos, fascite plantar, tendinite de aquiles e entorses em geral, seja no tornozelo ou joelhos mais comumente”, completa o ortopedista.
Um conselho para quem está querendo começar a se movimentar são os exercícios de fortalecimento como a musculação, pilates ou treinamento funcional. “Todo mundo pensa que devemos começar dando uma ‘corridinha’ para entrar em forma, mas é justamente o contrário. Se começarmos a nos exercitar com exercícios aeróbicos, como bicicletas ou corridas, podemos fazer lesão osteomuscular, por não ter uma musculatura preparada”, conta o especialista.
Outro ponto que pode ser um aliado neste momento é a alimentação. Para a prática de exercícios é necessário ficar atento à quantidade de proteína diária ingerida, uma vez que ela é a principal estrutura formadora do músculo. A quantidade de carboidratos ingeridos também deve ser levada em conta, afinal o carboidrato funciona para o nosso organismo como a gasolina funciona para o carro. É o nosso combustível! “Uma receita simples e que funciona bem é ingerir 20 gramas de carboidratos 30 a 60 minutos antes do treino, isto equivale a uma banana, meio mamão papaia ou 2 fatias de pão de forma. Após o treino, sempre indico a ingestão de proteínas, associadas ou não a carboidratos, pois é uma aliada importante para recuperação das fibras musculares lesionadas durante os exercícios. Uma boa opção é fazer uma vitamina com água (ou leite), whey protein e uma fruta, como mamão, morango ou abacate”, sugere o médico.
Dr. Luiz Frederico ressalta que, ao contrário do que muitos pensam, um profissional não deve ser procurado apenas por atletas. O ortopedista atua também na saúde e qualidade de vida de sedentários, oferecendo segurança no início da prática esportiva destes pacientes. “Fazer uma avaliação antes de iniciar uma atividade é muito importante, principalmente para os sedentários. O ideal é buscar um especialista em medicina esportiva. Este profissional estará apto a fazer uma avaliação osteomuscular, bem como uma avaliação clínica geral e cardiológica, orientando o melhor tipo de exercício para paciente seja ele cardíaco, diabético, hipertenso, entre várias outras doenças”, completa o médico.
Por fim, o ortopedista esclarece que a tríade mais importante para a melhora da qualidade de vida é: comer bem, treinar bem e descansar bem. A pessoa deve iniciar o treinamento preparando seu corpo, fortalecendo músculos e tendões, ganhando equilíbrio e agilidade. Essa é a base para desenvolver qualquer esporte, desde uma simples corrida até esportes coletivos como o futebol.