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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Incêndio florestal destruiu residência em Teresópolis

Aposentado relata ao Diário prejuízo e questiona atendimentos dos Bombeiros e da Enel

Vinicius Barros*

No mês de setembro ocorreram diversas queimadas devido ao período seco, dias com ondas de calor muito elevados e, pior, intervenções humanas através de incêndios criminosos. Em uma dessas queimadas, o prejuízo foi além de fauna e flora. O fogo que teve início no bairro do Espanhol, percorreu o Vale da Lua até atingir a mata do bairro do Golf e acabou invadindo a propriedade do aposentado Paulo Montez, morador na Rua Medeiros de Albuquerque, Nº 500. Mesmo acionando o Corpo Bombeiros, ele teve um prejuízo de aproximadamente R$ 50 mil e hoje não pode ocupar mais a propriedade. O Diário foi na localidade para conversar com Paulo sobre este assunto, visto que o aposentado reclama do atendimento prestado pelos Bombeiros e pela Enel.

Ele relatou ter sido alertado por um entregador de gás que o incêndio estava próximo do seu terreno e que foi aos seus vizinhos pedir auxílio para combater as chamas. “Então eu e meus dois vizinhos dermos início ao primeiro combate ao incêndio, utilizamos balde, a mangueira e um regador, enquanto isso, liguei para o Corpo de Bombeiros pedindo socorro”, disse Montez, citando que pouco depois três integrantes do CBMERJ apareceram. “Mas eles não chegaram ao nosso socorro e sim seguindo o rastro do incêndio. Falamos com eles, demos orientação para combater o fogo, pedi ao Cabo que utilizasse o rádio para solicitar um carro com um canhão de água e mais uma equipe para combater o fogo, mas o Cabo me disse que não era necessário o caminhão”.
Montez relatou ainda ter insistido sobre a importância para abafar as chamas, porém, o combatente teria dito que o veículo não conseguiria subir até o local. Ainda segundo o aposentado, nesse momento se identificou como um oficial do exército e disse que tinha curso de combate ao incêndio pela corporação, mas que não teve as recomendações de ação seguidas. “Após isso o Cabo disse que não estava em posse do rádio e fez o pedido pelo celular, porém isso me limitou a saber que tipo de pedido ele fez e depois eles foram embora. Antes deles saírem conseguir chamá-los e alerta-los que o fogo havia começado novamente”, ressaltou Montez.

Serviço dos Bombeiros questionado
Segundo Paulo, mesmos com vários pedidos de agilidade os atendentes insistiam coletar todos os dados dele via telefone, enquanto as chamas estavam já em sua residência. Percebendo o desespero, um Capitão teria assumido a ligação e informado que enviaria uma equipe. Com a chegada dos caminhões, sendo um com canhão d’água e outro tanque, as equipes iniciaram o combate, porém, também de acordo com Paulo, por falta de uma escada passaram por um caminho mais longo, o que causou dobra da mangueira e diminuiu a pressão da água. Montez ressaltou também que por diversas vezes o motor a propulsão do caminhão falhava, e depois de eliminadas as chamas do seu terreno, ocorreu um novo foco em outro local onde, se o fogo tomasse uma proporção, atingiria outra residência. Nesse momento, Paulo relata ter ouvido uma resposta que chamou de absurda. “Ele chega até mim e me fala: Iremos almoçar, mas outra equipe já está a caminho”.
Uma semana após o ocorrido, Paulo conseguiu marcar uma reunião com uma Tenente-coronel e uma Major no Quartel do Corpo de Bombeiros de Teresópolis, onde relatou sobre tudo que passou no dia 05. Uma delas teria dito desconhecer a situação e que um dos caminhões do quartel estaria quebrado naquele dia. “Então a senhora está justificando para mim as minhas atitudes, sabendo que era necessário um caminhão de água que foi pedido por mim e, seu soldado dizendo que não tinha como se aproximar ou chegar”, disse Montez. Em resposta ao Diário, a assessoria do Corpo de Bombeiros informou que “assim que o quartel de Teresópolis tomou conhecimento da denúncia, instaurou processo administrativo para apurar e esclarecer os fatos”.

A família reunida na limpeza dos destroços causado pelo o incêndio no início de setembro. Foto: Divulgação

Sem luz, situação ficou pior
Além de questionar o atendimento realizado pelos homens do 16º GBM, o aposentado relata que não pôde diminuir os prejuízos causados pelo incêndio porque estava sem luz na sua residência porque a rede de energia elétrica estava no nível do chão, foi atingida pelas chamas e o sistema interrompido. “Há três anos eu vinha solicitando o reparo nessa fiação e a Enel, mesmo com vários pedidos, nunca esteve aqui. Como ela estava próximo ao solo, no momento que o fogo entrou em contato houve um curto, mas o transformador não desligou, corroborando para alimentar as chamas”, destacou Paulo. A Enel já realizou a troca de dois postes, que foram avariados após o contato das chamas com a rede de baixa tensão. Sobre a necessidade de poda, a distribuidora esclarece que o local conta com condutores isolados, que foram instalados preventivamente pela companhia, para evitar que a densa vegetação presente na região cause interrupções no fornecimento de energia.

Terreno queimando onde as chamas passaram para atingir o telhado da casa no Golf. Foto: Gilberto Oliveira – O Diário de Teresópolis

Grande prejuízo
Os danos causados pelo fogo foram partes do telhado, a sala da tv e alguns armários, portas, um banheiro, a parte elétrica desses cômodos, bomba d’água e no quarto as chamas destruíram as janelas, guarda-roupas, algumas ferramentas e sapatos. Paulo ressaltou que não atingiram a cozinha porque ele fechou a porta na tentativa de manter as chamas e o calor nesses cômodos. Montez acreditar não ter esperanças de ser ressarcido pelo Estado do prejuízo tomado, sendo desencorajado por terceiros a recorrer. “Hoje não posso processar o Corpo de Bombeiros, segundo dizem, ninguém processa o Estado”. Montez também comentou o valor total do seu prejuízo e ressalta como está vivendo até hoje. “Meu prejuízo está avalizado em mais de R$ 50 mil, meus filhos que entendem de computador conseguiram providenciaram uma vaquinha sobre minha condição e conseguimos arrecadar R$ 10 mil. O valor é muito pouco para o que tem que ser feito, e eu como aposentado não tenho recurso para arcar com essa despesa toda. Enquanto não posso ficar em minha casa, por sorte a minha, meu filho mais velho que mora no bairro do Alto e estou residindo com ele nesse período”, ressaltou Paulo.

Mais informações
Caso queria ajudar o Paulo Montez em sua reconstrução acesse no link: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/reconstrucao-da-casa-incendiada-paulo-montez?utm_source=indicacao&utm_medium=reconstrucao-da-casa-incendiada-paulo-montez&utm_campaign=felippe-montez ou pelo site “Vakinha” pesquisando: “Reconstrução da Casa Incendiada – Paulo Montez”.

Estagiário*


Edição 05/10/2024
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