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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Sou um fã da política

Donald Trump foi eleito Presidente dos Estados Unidos e isso produziu ódio e ressentimentos na esquerda no Brasil. A direita tripudiou. Mas, Kamala Harris, derrotada por Donald Trump, sem ressentimento, fez um discurso primoroso para reconhecer a vitória do opositor:
“Eu sei que vocês estão sentindo e vivenciando uma série de emoções neste momento, mas devemos aceitar os resultados desta eleição. Hoje cedo falei com o presidente eleito, Donald Trump e felicitei-o pessoalmente pela vitória e avisei que vamos ajudá-lo na transição, para uma transferência pacífica de poder, um princípio fundamental da democracia americana. (Mama é vice-presidente de Joe Biden).
Esse princípio distingue a democracia da tirania. Nenhum de nós deve lealdade a um presidente ou a um partido, mas à Constituição dos Estados Unidos da América. E é assim que devemos proceder”.
Kamala, com habilidade, sem ressentimentos, sem acusar o sistema ou o processo, marcou a diferença entre as atitudes dela e do partido democrata e o que fez Donald Trump ao perder a eleição em 2020.
No Uruguai a esquerda levou e no Brasil tripudiou a direita. Contudo, Alvaro Delgado, candidato derrotado, reuniu seu grupo político e eleitores e discursou. Álvaro abriu o discurso com os agradecimentos de praxe e declarou estar diante do discurso mais difícil da vida dele. O discurso de reconhecimento da derrota, mas avisou: “Temos que respeitar, sobre todas as coisas, uma eleição soberana…. Com toda essa coligação de governo, com todos os atores dessa coligação, dou um forte abraço e saúdo Yamandu Orsi e toda a Frente Ampla que o apoiou…”. Em seguida, Alvaro declarou a disposição dele e de seus aliados em cooperarem com o governo eleito, para o bem da democracia e do Uruguai. Durante todo o discurso, Alvaro segurou a bandeira do país. No fundo do palco reluzia a frase: La Coalizon festeja la democracia”.
A história da democracia no mundo dá outras centenas de exemplos de comportamento civilizado entre os que perdem e os que vencem eleições, mas, para mim, o caso mais emblemático é a carta que W. Bush escreveu para Bill Clinton, quando derrotado por ele:
“Prezado Bill, quando entrei neste escritório (Casa Branca) agora mesmo, senti a mesma sensação, admiração e respeito, que senti há 4 anos. Sei que você também sentirá isso. Desejo que você seja muito feliz aqui. Eu nunca senti a solidão que alguns presidentes descreveram. Haverá momentos muito difíceis, dificultados ainda mais por críticas que talvez você não considere justas.
Não sou uma pessoa muito boa para dar conselhos, contudo digo a você: não deixe que os críticos o desencorajam ou desviem você do caminho. Você será nosso presidente, quando ler essa nota. Portanto, desejo o melhor para você e desejo o melhor para a sua família. O seu sucesso agora é o sucesso do nosso país. Estou torcendo muito por você. Boa sorte. GEORGE.

Jackson Vasconcellos

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Edição 30/11/2024
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