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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Preste mais atenção!

Filhos não vêm com manual! Lembro-me quando tivemos nosso primeiro filho, imediatamente me dirigi a uma livraria que estava acostumado a comprar, e passei os olhos por prateleiras nunca antes averiguadas, por lá estava um guia de como educar meninos. Debrucei com empenho no estudo dessas letras, entretanto, creio que deve ter faltado algumas páginas, cerca de dez milhões trezentos e sessenta e cinco mil para ser mais preciso.
Como não temos um manual e não há uniformidade nos indivíduos, como devemos agir em relação aos nossos filhos? Bem, diria de maneira muito simples, fugindo do simplismo: Preste mais atenção no que ele fala!
O escritor Rubem Alves, com frustração, certa feita anunciou: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. ” Compartilho do pensamento deste. Quando o assunto é ouvir o outro não estamos dispostos a termos uma atenção apurada.
Quando ouvimos alguém já nos predispomos ao exercício das frases clichês e engessadas. Entendemos que as fórmulas são sempre bem-vindas, pois o que pretendemos de fato é dispensar a pessoa rapidamente da nossa presença.
Escutar é um processo de profundo esvaziamento, de silenciar-se, para ir até as entrelinhas do que a pessoa está dizendo. Qual de nós não foi surpreendido por uma pergunta do filho: Pai/mãe está certo pensar desse jeito? Não é o meu pensamento, mas do amigo do vizinho do colega da escola do conhecido da cidade que fomos nas férias. No fundo você sabe que isso está morando na cabeça dele e, portanto, não seja reducionista, mas o indague mais sobre a pergunta. Não precisa ficar brincando de gato e rato, querendo que ele assuma logo de cara o questionamento como sendo seu mesmo, mas vá pelas beiradas e busque os sinais.
As situações se resolveriam com melhor propriedade se fossem sanadas na raiz. Na maioria das vezes, quando chega a acontecer algum desajuste irremediável ou até mesmo algum desastre, buscamos refúgios em nossas desculpas, lançando sobre a outra pessoa a culpa pela sua inabilidade na comunicação. Minha gente, não são só as palavras que falam, os olhos, as expressões, o corpo, tudo se comunica.
Pratique a escutatória! Preste mais atenção! Temos o desafio constante de viver onde estamos nesse exato momento, ou seja, nosso presente e, na maioria das vezes, ficamos presos as lamúrias do passado e as projeções do futuro e nunca vivemos alertas no hoje como instrumento que “peneira” o passado e cria o chão possibilitando o futuro.
Se o seu filho não tem te procurado, vá atrás dele. Não espere que ele conte tudo de uma vez só, mas demonstre que há uma ponte ao invés de um muro no relacionamento. Reclamamos que nossos filhos não falam nada sobre si, todavia também não ouvimos até o final o que ele tem a dizer, os apedrejamos no meio do caminho. Compreenda o que ele está dizendo, silencie para ir no profundo dele, nas suas entrelinhas, mas não esqueça de se posicionar e delimitar os caminhos.
Como educadores natos e sem necessidade de diplomas de Harvard, sabemos que eles não sabem o que querem ainda, portanto não desenfreie a deixa-lo fazer o que quer, quando quer e como quer, entretanto, abra espaços para que seu menino ou menina venha fazer junto e se perceba na construção do seu protagonismo. Escute-o atentamente você vai se surpreender!

Tiago

Tiago Sant´Ana

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Edição 30/01/2025
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