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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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O ESG é sustentável?

Dando sequência a nossa série sobre modas e hypes do mundo empresarial, falaremos sobre ESG.
Iniciamos ratificando que o tema é importantíssimo e relevante. Algo necessário e que em dado momento seja pré-requisito básico para toda e qualquer empresa ter alguma legitimidade frente ao mercado.
O problema são os exageros que quase toda novidade boa acaba trazendo. A empolgação e euforia com a nova “descoberta” faz com que haja uma excessiva massificação do tema. O “efeito manada” faz com que pareça que não existe outra coisa para se preocupar. E, surgem também os oportunistas assim como os espertalhões que se aproveitam da onda para obter suas vantagens. Legítimas para os oportunistas (apesar de práticas ou intenções questionáveis) e ilegítimas para os picaretas.
Um exemplo disso é o coaching empresarial. Uma ferramenta excelente, mas que foi contaminada pelos exageros. Acabou gerando um preconceito e até uma rejeição por parte do ecossistema.
Para quem não sabe ESG é uma sigla que significa três pilares de uma empresa consciente. E de enveiroinment que em inglês significa meio-ambiente. S de sustentabilidade e G de governança corporativa.


Simples, didático e fantástico. Mas porque temos hoje uma crítica?
Primeiramente pelo já mencionado exagero. Tendência é uma coisa, superexposição é outra. Negligenciar outros temas igualmente importantes é outra. Abrir cada publicação empresarial, ver a programação de cada congresso e só ver as 3 letrinhas é um sinal que estão superdimensionando.
Por outro lado, pouco se fala que o “G” deveria vir antes das outras iniciais. Empresa sem governança vai querer falar de sustentabilidade? Quer consertar o meio-ambiente se tem dentro de casa um ambiente fragilizado?
Outra questão relaciona-se a porte de empresa. ESG, sim é para todos. Mas em diferentes níveis. Como uma microempresa vai envolver-se em um programa de despoluição dos oceanos? Seria mais coerente algo bem local voltado para o ambiente do bairro onde atua.
Também vemos uma moda de fundos que fazem empréstimos para empresas com metas claras de proteção ambiental. Se ela atingir os alvos os juros são mais baixos. Parece genial mas tem um sutil conflito de interesse. Quem empresta o dinheiro vai torcer para a tomadora do crédito atingir o objetivo ou falhar na missão e pagar um juro mais alto e remunerar melhor o capital emprestado? Complicado, não?
Se reparar, hoje trouxemos várias perguntas. Nosso maior objetivo não é dar sentenças mas levar a reflexão.
Que o ESG não seja um modismo. Mas que de forma consistente leve as organizações a viverem de modo responsável.
Bom final de semana no seu ESG pessoal!

FELIPE COELHO

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Edição 21/11/2024
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