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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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ANIC HERDY: Mulher desaparecida é aluna do Unifeso

Comerciante com loja na Reta é o principal acusado do crime, de extorsão e suposto sequestro

Wanderley Peres

Aluna do 9º período de Psicologia do Unifeso, Anic Herdy desapareceu no último dia de fevereiro passado. Publicado o anúncio do desaparecimento no site da Polícia Civil, logo compartilhado pelas colegas de faculdade, a publicação foi retirada da Secretaria de Estado de Polícia Civil e, agora, no último domingo, matéria do Fantástico, da Rede Globo, revelou que se tratava de uma extorsão, com suposto sequestro, contando todo o caso, com exclusividade. E o principal personagem da trama é outro teresopolitano, comerciante com loja de informática próximo da Prefeitura, na avenida Feliciano Sodré, 761, onde funcionava até pouco tempo o restaurante Piccola.

O comerciante teresopolitano, Lourival de Lourival Correa Netto Fadiga, também conhecido como Fatica, convivia com a família de Benjamin e Anic havia pelo menos 3 anos. O sequestro continua em investigação, sem indícios do paradeiro da desaparecida, Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 54 anos, que é casada com Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, um dos filhos do falecido empresário José de Souza Herdy, fundador de um complexo educacional em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que deu origem à Unigranrio.

Uma semana atrás, em 14 de maio, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Petrópolis, denunciou à Justiça, as quatro pessoas envolvidas no desaparecimento, que continuam presas.

Além de Lourival Corrêa Neto Fadiga, também foram presos seus filhos e Rebecca Azevedo dos Santos. De acordo com as investigações, segundo o MP, o mentor do crime, funcionário da família das vítimas há aproximadamente três anos, aproveitando-se da confiança nele depositada pela família e do conhecimento sobre a sua rotina, arquitetou o plano criminoso e contou com o auxílio dos filhos e de uma mulher, com quem mantinha relacionamento amoroso, para sua execução.

De acordo com apurado, o idealizador do sequestro apresentou-se à família como policial federal, sem ser, no entanto, conquistando, de imediato, a sua confiança e, assim, passou a realizar a segurança pessoal dos seus integrantes, além de ter acesso irrestrito a cartões de crédito e às respectivas senhas.

Loja que aparece na matéria do Fantástico fica na Reta, e está fechada com cadeado – Foto Plantão Diário

A denúncia do MPRJ também destaca que o marido da vítima, sem conhecimento da verdadeira identidade dos sequestradores, pagou o resgate de aproximadamente R$ 4,6 milhões para libertá-la, o que, no entanto, não ocorreu até o oferecimento da denúncia.

Ainda segundo a denúncia, a vítima despareceu em 29 de fevereiro, mas somente em 14 de março o caso foi levado ao conhecimento da Polícia Civil. A ideia de não levar os fatos ao conhecimento das autoridades locais partiu do próprio funcionário das vítimas, retardando o início das investigações.

De acordo com as diligências investigatórias realizadas pelo MPRJ e pela Polícia Civil, o homem, idealizador do sequestro, e os demais acusados, foram os reais beneficiários do valor pago a título de resgate.

No dia do pagamento do resgate, o grupo criminoso adquiriu um veículo de luxo, avaliado em RS 500 mil, pagos em espécie. Além do veículo, uma motocicleta e 950 celulares foram adquiridos pelos acusados com o dinheiro obtido ilicitamente.

A inicial da ação penal também destaca que o marido da mulher desaparecida realizou mais de quarenta transferências bancárias por orientação do funcionário e em contas por ele indicadas para aquisição de dólares, também para pagamento do resgate.

Reprodução TV Globo

A linha de investigação da Promotoria de Justiça e da 105ª Delegacia de Polícia aponta para suspeitas de que a vítima sequestrada foi assassinada pelo grupo e teve seu cadáver ocultado, motivo pelo qual as investigações prosseguirão em procedimento investigatório criminal próprio. Também há indícios da prática dos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que serão devidamente apurados.

NOTA DO ADVOGADO DE FADICA

Em Nota, o advogado Paulo Vinícius Tostes, que patrocina a defesa de Lourival Correa Netto Fadiga, esclarece que ainda não foi formalmente notificado da acusação contra seu cliente em processo que tramita sob segredo de justiça. “A defesa esclarece que estará tomando conhecimento e analisará todos os elementos de acusação e se houve cumprimento às formalidades legais, e somente se manifestará perante o judiciário eis que se vê impossibilitada de levantar questões importantes para o deslinde da causa, mas confia no Estado Democrático de Direito e nas instituições para garantirem a lisura e imparcialidade essenciais ao julgamento. Ademais, afirma que pelo que se acompanhou durante o procedimento investigatório foram fatos meramente especulativos e baseados em meras suposições, além de não terem percorrido todos os caminhos de investigações necessários à real elucidação do caso. A defesa acredita que irá comprovar durante a instrução criminal que a acusação se deu de forma açodada e que os verdadeiros eventos não foram apurados, crendo na improcedência dos fatos atribuídos a seu cliente.”

Edição 22/11/2024
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