O Hospital das Clínicas de Teresópolis Costantino Ottaviano (HCTCO) concluiu, no início de agosto, a fase de implantação do Projeto Lean nas Emergências, uma iniciativa do Ministério da Saúde por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). O projeto é executado em parceria com hospitais de excelência e tem como foco a melhoria da gestão e da qualidade do atendimento em serviços de urgência e emergência.
Nesta etapa final de implantação, o hospital recebeu mais uma rodada de visitas técnicas com a presença das consultoras Jhennyffer Boritza e Melissa Prado de Brito, do Hospital Sírio-Libanês — uma das instituições executoras do projeto. Ao todo, foram oito visitas presenciais desde a seleção do HCTCO, em outubro de 2024. Agora, a unidade entra na fase de monitoramento, que seguirá até dezembro de 2025.
A diretora de Enfermagem do HCTCO, Adriana Coutinho, destacou a importância da participação da instituição no projeto. “Hoje apresentamos os resultados de um longo processo de trabalho, com muitos aprendizados e ferramentas de gestão. A partir de agora, todo o monitoramento será feito online. Estamos muito felizes com essa nova fase, pois além de melhorarmos os fluxos e o atendimento aos pacientes, nossa comunidade também se beneficia diretamente com os avanços que estamos implementando”, afirmou.
Baseado na Metodologia Lean, originalmente desenvolvida na indústria automobilística e adaptada para o contexto da saúde (Lean Healthcare), o projeto tem como objetivo otimizar o uso dos recursos hospitalares, reduzir desperdícios e aumentar a eficiência no atendimento. A superlotação, os tempos de espera, a rotatividade de leitos e falhas nos processos são alguns dos pontos estratégicos que passaram a ser monitorados com maior rigor.
“Nosso foco é trabalhar diretamente com os fluxos do pronto-socorro, promovendo ganhos na eficiência operacional e na qualidade da assistência oferecida à população”, explicou Jhennyffer Boritza. Segundo ela, os indicadores acompanhados incluem o NEDOCS (que mede o grau de superlotação nas emergências), o LOS (tempo de permanência do paciente no hospital), o tempo porta-médico (desde a chegada até o início do atendimento), o giro de leitos e o fator de utilização das enfermarias.
A consultora Melissa Prado de Brito também ressaltou os impactos positivos já percebidos com a implantação das mudanças. “Com a melhora dos processos, conseguimos otimizar os recursos e fazer mais com o que já temos. Isso resulta em uma assistência mais qualificada e em benefícios diretos para os pacientes. No caso do HCTCO, os avanços já são visíveis”, destacou.
Parcerias hospitalares
Desenvolvido em colaboração com cinco hospitais de excelência nacional — Hospital Sírio-Libanês, Hospital Moinhos de Vento, Hospital do Coração (HCor), Beneficência Portuguesa de São Paulo e Hospital Alemão Oswaldo Cruz — o Projeto Lean nas Emergências já beneficia mais de 120 hospitais públicos e filantrópicos em todo o país.