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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Já são mais de 100 mil veículos emplacados em Teresópolis

Com os que estão registrados em outros municípios e os de turistas, caos é cada vez maior no trânsito

Marcello Medeiros

A violência é a principal motivação de quem mora em grandes cidades na hora de buscar a tranquilidade dos municípios menores, mas o caos no trânsito é outra preocupação quando se pensa em mudar de vida. Em Teresópolis, porém, se por um lado os ataques de criminosos são controlados pelas polícias Militar e Civil, o fluxo de veículos é um grande complicador. A cada dia que passa, fica mais demorado cumprir compromissos por conta do trânsito em determinados horários. Uma das causas dessa ampliação do caos urbano é o crescimento da frota municipal que, segundo dados fornecidos pelo Departamento Estadual de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro, o Detran, passou de 100 mil no mês de outubro. Com o fechamento dos números do período anterior, o total de emplacamentos em Teresópolis chegou a 100.074 veículos, sendo a maior parte carros de passeio. Em seguida vem as motocicletas, com 19.450 unidades.
Também de acordo com as informações estatísticas disponibilizadas na página do órgão na internet, a média é que a cada ano sejam acrescidos a esse número três mil novos veículos. Ou seja, o cada vez maior volume de automóveis de todo o tipo em circulação – devendo ser somados aí os de turistas e emplacados em outros municípios – só tendem a acontecer congestionamentos ainda maiores, visto que as ruas são as mesmas projetadas décadas atrás e mesmo assim não há nenhum projeto de mobilidade urbana em curso.
Em alguns horários, como nas entradas e saídas de trabalho/escola e almoço, é impossível cruzar a região central do município sem demorar mais de 20 minutos – o que pode parecer pouco, mas é assustador diante do tamanho do município e a realidade que vivíamos até bem pouco tempo atrás.
O cruzamento da Avenida J.J. de Araújo Regadas com Lúcio Meira é um grande exemplo do travamento total da passagem em vários momentos. Mesmo com a presença de agentes da Guarda Municipal ou jovens auxiliares desse setor, é comum encontrar o trânsito totalmente parado porque o fluxo em direção ao Alto não andou e os carros que saíram do Regadas não conseguiram concluir a travessia pela avenida principal.
Quem mora na região da Barra do Imbuí tem uma luta diária a partir da Avenida Presidente Roosevelt. Entre o Corte de Pedra a Praça Maria Corina, o trânsito fica quase parado nos finais de tarde. A impressão que se tem é que algo aconteceu, mas, na verdade, não é possível empregar mais de 10km/h porque há centenas de motoristas tentando chegar a localidades como Quinta da Barra, Loteamento Féo, Paineiras, Espanhol, Posse e  Parque do Imbuí. Para quem mora em Pimenteiras e Quebra-Frascos, uma solução é cortar pelo Panorama, pela Rua José Oscar da Silva, mas, ainda assim, o trânsito já não é dos melhores…

Mais carros, mais bandalhas
Se aumenta o número de veículos emplacados, cresce também o número de multas aplicadas pela Guarda Municipal. Somente entre janeiro e outubro, foram 8.297 infrações registradas… Afinal, são mais motoristas sem educação e sem respeito com o próximo, insistindo em desrespeitar o Código de Trânsito Brasileiro para resolver os seus problemas. Sem encontrar vaga facilmente, muita gente acha que pode deixar seu carro ou moto em qualquer lugar.
Na Delfim Moreira, um péssimo exemplo é o que acontece diariamente em frente a um shopping e uma padaria, onde motoristas “param rapidinho” para embarque e desembarque de passageiros ou para comprar alguma mercadoria. A cada “parada rapidinha”, o trânsito fica ainda pior com o funil causado pelo desvio promovido pelo estacionamento no meio da via pública. A fila dupla também é comum nessa região e no Parque Regadas.
Na Barra do Imbuí, é enorme o número de motoristas que, todos os dias, estaciona ou para dentro do ponto de ônibus ao lado da Praça Maria Corina. Com automóveis deixados dentro do recuo, os motoristas dos coletivos são obrigados a ficar no meio da pista para cumprir o rito previsto no transporte de passageiros e, dessa forma, o trânsito não anda.
Voltando à região central, nesta quinta-feira nossa equipe de reportagem registrou dois flagrantes de desrespeito ao CTB. No entorno da Praça Olímpica Luís de Camões, um GM Celta vermelho em local com faixa amarela e placa indicando que não poderia estar ali “nem rapidinho”. Bem próximo, no trecho mais estreito da Rua Monte Líbano, próximo ao encontro com a Delfim Moreira, mais três veículos atrapalhando a passagem.

Futuro
O investimento em transporte coletivo pode ser a solução para que o caos não seja total no trânsito teresopolitano em um futuro não muito distante. É só projetar o tamanho da frota daqui a dez anos, tendo como base o que foi registrado pelo Detran até aqui: Em 2028, serão pelo menos 130 mil veículos. em 2048, 160 mil… E por aí vai! Já as ruas e avenidas, muito provavelmente continuarão sendo as mesmas. Outra boa possibilidade é ampliar e melhor sinalizar ciclofaixa, permitindo ligação mais segura pelo menos entre os principais bairros do município. Do Golfe ao Centro, por exemplo, é possível chegar pedalado em cerca de 20 minutos. Nos horários de pico, esse tempo pode dobrar se a pessoa estiver de carro. Além disso, em duas rodas se gasta menos dinheiro e se ganha mais saúde. 

VEÍCULOS EMPLACADOS EM TERESÓPOLIS
Automóveis – 62.520
Motocicletas – 19.450
Motonetas – 2.722
Ciclomotores – 81
Triciclos – 44
Ônibus – 301
Micro-ônibus – 337
Caminhonetes – 5473
Caminhões – 2672
Caminhonetas – 4.456
Caminhões Trator – 128
Tratores – 02
Reboques – 1099
Semirreboques- 127
Side Cars – 03
Utilitários – 655
Motor Homes – 07
Total – 100.074

* Dados do Detran até Outubro/2018

 

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Edição 17/05/2024
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