Ficou só na promessa o trabalho para limpeza dos rios de Teresópolis como forma de prevenção para o período chuvoso. O anúncio da parceria entre a Prefeitura e o governo do estado para tentar minimizar problemas causados pela grande elevação dos cursos d’água do município já era considerado tardio, mas agora não há sequer previsão de quando o denominado programa “Limpa Rio” deva começar. Resta à população torcer para que as chuvas não venham em volume tão grande a ponto de causar problemas.
O prefeito Vinicius Claussen prometeu no início de outubro com a presença do Governador Wilson Witzel que seriam desobstruídos o Paquequer, Príncipe (Que nasce em Campo Grande e deságua na Cascata do Imbuí), Córrego Imbuí (Caleme) e São José (Bonsucesso). Porém, apesar da indicação que as máquinas estariam trabalhando a partir do dia 21 de outubro, já se passaram dois meses sem que nada aconteça.
Geralmente, os locais de passagem da água das chuvas são limpos nos meses que antecedem o período de chuva, mas dessa vez o governo estadual e a prefeitura de Teresópolis não se atentaram para os riscos.
Como é sabido, os meses de novembro e dezembro são de grande volume de chuvas em Teresópolis, com muitos anos de registros precipitação intensa durante todo esse período, com o transbordamento de cursos d´água e escorregamentos de encostas nas comunidades mais propícias a esse tipo de situação.
Em outubro, a prefeitura afirmou pro meio de nota que o trabalho começaria “nos próximos dias”. Desta vez, ao questionar novamente sobre a promessa não cumprida, o governo municipal apenas se eximiu de qualquer reponsabilidade: “A Prefeitura informa que a limpeza de rios é de responsabilidade do Instituto Estadual do Ambiente. Até o momento, o INEA não repassou ao município a data de retomada do Programa Limpa Rio em Teresópolis”.
Consultamos também o Inea sobre quando ocorrerá de fato a limpeza. Se em outubro o órgão alegou que havia iniciado os trabalhos, mesmo sem que nenhum funcionário fosse visto em ação, desta vez afirma que “a empresa que venceu a licitação está fazendo o serviço preliminar, que é a topografia dos locais. Em seguida, será iniciada a limpeza, com os equipamentos que já estão mobilizados”.
Quando o início de tal programa foi anunciado, O DIÁRIO alertou que tal limpeza é aguardada há anos e também que o problema é muito maior do que apenas os locais citados pelos políticos. Além de não informar quais trechos do Paquequer serão contemplados, por exemplo, moradores de bairros como Meudon e Ermitage, que todos os anos sofrem com transbordamentos de cursos d´água, se sentiram desprestigiados mais uma vez. Além disso, mesmo para os locais beneficiados ainda há dúvidas sobre o serviço que será realizado. Moradores da região da Cascata do Imbuí e Posse entraram em contato com a redação para tentar mais informações sobre o “Limpa Rio” e lembrar que não podem ser visitados apenas alguns trechos.
“O anseio local é que o desassoreamento ocorra em toda a extensão do córrego, até o desabamento na cascata. A situação está terrível. Há uma floresta em todo o leito”, destacou o aposentado Cesar Fernandes, vizinho do rio Príncipe. Em 12 de Janeiro de 2011, tal curso d´água tomou proporções nunca vistas e causou a morte de dezenas de pessoas. Meses depois, questionáveis obras foram realizadas pelo Inea, que canalizou o rio em vários pontos, serviço que hoje impede o acesso de uma retroescavadeira, por exemplo.