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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Mais um acidente com vítima fatal evidencia necessidade de intervenções no trânsito em Teresópolis

Secretaria de Segurança fala sobre radares e faixas elevadas na Reta. Condutor não tinha indícios de alcoolemia, segundo a polícia

Luiz Bandeira

Um atropelamento violento, que aconteceu neste feriado de Finados, 02, na Avenida Feliciano Sodré, altura do número 1020, na Várzea, com vítima fatal, provocou comoção popular, manifestada nas redes sociais nesta quinta-feira, 03. Simone Rosa da Costa, 49 anos, atravessava a pista no sentido Centro, por volta das 22h30, quando foi violentamente atingida por um veículo GM/Corsa hatch, preto, que devido a velocidade não conseguiu desviar e a atropelou, perdendo o controle e colidindo em uma estrutura de concreto do canteiro central da avenida em ponto muito distante da faixa de pedestres onde ocorreu o choque. Simone foi arremessada a pelo menos 50 metros de onde foi atingida. A equipe de socorristas do Corpo de Bombeiros que atendeu a ocorrência relatou que, ao chegar para prestar socorro à vítima, já a encontrou sem sinais vitais. O motorista do Corsa também foi atendido no local e encaminhado desacordado para o Hospital das Clínicas Constantino Otaviano. Segundo informações da Polícia Civil, que assumiu a investigação do caso, o motorista está internado, intubado, sob efeito de sedativos. A Polícia informou ainda que os militares que atenderam a ocorrência relataram que o motorista não apresentava indícios de alcoolemia.
Em entrevista na sede do Diário, o secretário de Segurança Pública Municipal, Marco Antônio Da Luz, classificou o caso como negligência e imprudência do motorista que atropelou Simone. “Primeiramente gostaria de deixar os meus sentimentos às duas famílias, né? Uma família que sofreu pela imprudência de outro, mas as duas famílias estão sofrendo agora, então os nossos sentimentos aqui”, declarou resignado o secretário Da Luz, que revelou ainda a preocupação do governo municipal com a violência no trânsito da cidade. “Importante falar da nossa política da cidade em relação a atropelamentos, acidentes e mobilidade urbana, existe uma preocupação muito grande da segurança, e digo isso porque eu estou lá há bastante tempo, nós tínhamos há tempo, os radares, que ajudam bastante, mas não resolve todo o problema. Porque a situação de ontem, é uma situação que podia ter radar, podia ter qualquer coisa, mas aconteceu por conta da negligência e imprudência do motorista. A pedestre estava na faixa direitinho, o semáforo em cima, então tudo estava transcorrendo para ter uma situação normal, não um acidente deste, por uma negligência e imprudência do motorista”.

Veículo GM Corsa ficou completamente destruído após colidir com uma estrutura de concreto no canteiro central da Reta

Radares e faixas elevadas
Um dos instrumentos mais usados para o controle de velocidade dos veículos em vias urbanas é o radar, que detecta excessos, registra o veículo infrator, fornecendo dados para eventuais autuações. O secretário de Segurança recordou que a cidade já teve esses equipamentos, que foram retirados e que agora serão novamente instalados. “A prefeitura teve radares antes, aí foi retirado em outra gestão, mas existe uma preocupação muito grande do prefeito Vinicius Claussen, onde ele fala no sentido da gente retornar com os radares e ainda mais, uma coisa que a população pede também e a gente é sensível a isso, que são as faixas de pedestres elevadas. Já está na Secretaria de Obras o planejamento de como se fazer tudo. A secretaria ia fazer essas faixas elevadas, mas por conta da falta de material específico para aquilo, vai ser contratada alguma empresa para que faça essa obra. Então vão ser feitas pelo menos três faixas elevadas, porque isso foi uma determinação do prefeito e elas vão ser construídas para quê a gente possa tentar diminuir os acidentes e levar um pouco mais de respeito à população que merece e mais cuidado nesse nosso trânsito”, destacou.
A instalação de radares no perímetro urbano sempre foi muito criticada, porém também há uma cobrança por mais controle dos motoristas e motociclistas infratores que seguem provocando vítimas na cidade. O secretário se segurança de Teresópolis disse que pra quem anda respeitando os limites não há problema na instalação dos radares. “O quê que um radar hoje na Reta vai atrapalhar a mim e a você? A gente não consegue imprimir uma velocidade a mais de 50 quilômetros pelo excesso de carros, então só vai mesmo travar aqueles mal feitores, os imprudentes e negligentes, que só fazem isso na madrugada. Então o radar vai funcionar nesse sentido, agora pra gente que tem o dia corrido, que trabalha e tudo mais, não consegue imprimir velocidade maior que 50 quilômetros. Então o radar não vai te atrapalhar, nem a mim a você e vai continuar dando mobilidade na cidade”.
Da Luz disse também que assim que forem superadas as burocracias inerentes ao serviço público, a cidade receberá radares de controle de velocidade. “Em um primeiro momento tinha uma quantidade de dez ou doze radares, mas teve um erro, em nível de processo, porque já está em processo isso, para licitação e tudo mais, para a redução. Então vai ser reduzido, já foi reduzido para um pouco menos e vai ser instalado, só que depende da burocracia, a burocracia existe e ela está aí, mas a coisa está andando. A prefeitura, o prefeito está muito sensível em relação a isso e a coisa está andando, só que tem que ter um pouco de paciência”.

Educação
Marco Antônio Da Luz disse ainda que a pasta que comanda vem fazendo um trabalho importante de educação no trânsito para alunos da rede pública. “A gente tem que trabalhar com um pouco de educação. A gente já leva pra dentro das escolas, para os alunos de primeiro e segundo anos, a instrução em relação a mobilidade, a falar de trânsito, respeitar o pedestre, a gente está levando isso pras escolas também pra ver se no futuro a gente consegue educar, porque o motorista de hoje está muito difícil”, finaliza Da Luz. Em nota a prefeitura garantiu que, “trabalha para que radares sejam instalados em pontos estratégicos, em especial, na via que corta o centro da cidade e segue até o bairro do Alto”.

Simone Rosa da Costa, de 49 anos, integrava a equipe da Escola Municipal Maçom Lino Oroña e ainda foi diretora de futebol feminino do Clube Comary

A vítima
Simone Rosa da Costa, de 49 anos, havia saído da igreja em que frequentava no Bairro de São Pedro e deixa uma filha. Ela integrava a equipe da Escola Municipal Maçom Lino Oroña, contratada pelo Programa Operação Trabalho (POT), também foi diretora de futebol feminino do Clube Comary. A gestão municipal e o clube recreativo emitiram notas de pesar pelo falecimento precoce de Simone.

Edição 22/11/2024
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