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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Oftalmologista do HSJ alerta para exposição frequente às telas

Dados da OMS indicam cada vez maior número de jovens com algum problema de visão

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 50 milhões de brasileiros sofrem com algum problema de visão. Com o passar dos anos, esses números têm se agravado e atingido, cada vez mais, crianças e adolescentes. A oftalmologista do Hospital São José, Marialva Azevedo, contou que não existe uma idade mínima para se consultar com um oftalmologista. Cabe aos pais observar qualquer sintoma que possa surgir nos pequenos e, em casos de histórico familiar, realizar um exame anual de rotina a partir do primeiro ano de vida. Se não apresentarem anomalias, as consultas podem ser realizadas a partir dos cinco anos de idade. Mas os cuidados não devem ser só com a visão dos pequenos, os adultos também precisam fazer um check up anual. Diante disso, a médica ressalta que doenças como erros de refração (miopia, hipermetropia e astigmatismo), catarata, glaucoma e degenerações relacionadas à idade são comuns nessa fase da vida e devem ser tratadas ao sinal dos primeiros sintomas.
“Uma alimentação pobre em nutrientes como vitaminas, minerais e ácidos graxos pode influenciar diretamente na nossa visão. A carência de vitamina A pode causar o mau funcionamento de células retinianas, responsáveis pela visão noturna. A carência de vitamina C pode levar à morte celular. Os ácidos graxos, encontrados em alguns alimentos, são responsáveis por ajudar na lubrificação ocular. Também em pacientes diabéticos, que não controlam bem sua alimentação, observamos um dano visual por vezes irreversível. O uso excessivo de álcool também pode levar a lesão grave do nervo óptico levando a cegueira”, explicou a especialista.
Um outro problema que tem atingido a sociedade como um todo, e que afeta diretamente a saúde dos olhos e a qualidade de vida, é a exposição às telas por um longo período de tempo. Segundo pesquisas recentes, o brasileiro fica mais de 10 horas por dia à frente de telas digitais. “Ao olharmos por tempo prolongado para perto, temos a necessidade de manter a convergência e a acomodação constante, isso pode gerar desconforto, embaçamento visual e dor de cabeça. Um outro ponto importante é que neste tipo de atividade não piscamos o número de vezes necessárias por minuto, o que leva a um ressecamento excessivo dos olhos. Hoje também sabemos que adolescente vêm desenvolvendo miopia mais precocemente em função do uso exagerado das telas”, pontuou Marialva.
Para as pessoas que têm necessidade profissional de estar constantemente frente às telas, a oftalmologista fala que o ideal é que procurem sempre estar com a sua correção visual, façam intervalos nas atividades a cada 20 ou 30 minutos para relaxar a musculatura ocular, adequem o brilho e contraste da tela, reduzam o reflexo utilizando protetores de tela e lubrifiquem os olhos, constantemente, com lágrimas artificiais adequadas.
Um outro perigo mencionado pela médica foi relacionado à exposição da vista ao sol e ao tempo mais quente. Ela diz que é importante evitar essa exibição sem o uso de óculos adequados e que nunca se deve abrir os olhos embaixo da água do mar ou da piscina, já que essa atitude pode gerar consequências prejudiciais à saúde ocular. Dr. Marialva também deixa um último alerta para a população: “Os óculos com procedência duvidosa, aqueles que podem ser adquiridos nas ruas, não devem ser comprados pois podem ser prejudiciais à visão. Isto porque eles podem apresentar distorção de imagens, por não terem o grau e a montagem das lentes adequadas para a pessoa. Além disso, também não possuem a proteção UVA e UVB adequada, no caso dos óculos de sol”, completou.

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Edição 22/11/2024
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