Um projeto de lei para regulamentar a pesquisa, produção e comercialização de animais domésticos clonados e de material genético está causando polêmica na Câmara dos Deputados. Segundo o PL 5010/2013, poderiam ser clonados os “animais domésticos de interesse zootécnico”, ou seja, os gados de produção pecuária: bovinos, búfalos, cabras, bodes, ovelhas, cavalos, asnos, mulas, porcos, coelhos e aves.
O deputado federal Marcelo Queiroz é um dos parlamentares que votou contra a proposta e sua urgência. Segundo Queiroz, a clonagem é uma técnica de baixa eficiência, que representa diversas violações dos direitos dos animais e coloca em risco toda a biodiversidade. “A intenção seria melhorar a produtividade dos gados, ou seja, o lucro de seus proprietários. Entretanto, a prática representa grande risco a todos os indivíduos envolvidos no processo. Para os animais, problemas de saúde e malformação congênita, por exemplo. Há ainda um risco imenso para a própria atividade pecuária, já que seres idênticos são mais suscetíveis aos mesmos patógenos, favorecendo que ocorram pandemias e mortes em massa”, explicou o deputado.
O projeto – que deve ser votado ainda esta semana – ainda prevê a possibilidade do Ibama permitir a clonagem de animais silvestres, o que Queiroz resume como uma ideia equivocada, já que não promove a preservação das espécies, contribuindo para a perpetuação da devastação de biomas e colocando como uma missão ainda mais difícil a conscientização ambiental da sociedade.