Wanderley Peres
Em 30 de novembro de 2021, acompanhado do secretário de Saúde, Antonio Henrique, e do secretário de Obras Públicas, Ricardo Pereira, e ainda do secretário de Fiscalização de Obras Carlos Antônio, o prefeito Vinícius Claussen fez uma vistoria no Hemonúcleo Municipal, em obras desde janeiro de 2021 para readequação e modernização dos equipamentos.
A notícia está no DIÁRIO DE TERESÓPOLIS e, também, no site da Prefeitura, publicada em 2 de dezembro daquele ano, já distante 2 anos e 5 meses, tempo bastante passado, quando já se fazia quase um ano do fechamento da unidade de saúde que recebia, em média, 200 doações de sangue por mês e existia no município desde 2001, sendo referência na região, atendendo os municípios vizinhos de São José do Vale do Rio Preto e Guapimirim, quando se fazia, também, no banco, doações de sangue para hospitais de Nova Friburgo, Magé e Rio de Janeiro.
“Em breve iremos inaugurar o novo prédio, com melhorias na estrutura e nos equipamentos para que a equipe de saúde possa prestar o melhor serviço e para que os teresopolitanos possam fazer essa doação que ajuda a salvar vidas. A obra segue todas as determinações da Anvisa, que busca humanizar os atendimentos, destaca o Prefeito Vinicius Claussen”, propagandeou a assessoria de imprensa do governo, lembrando que a obra consistia na “construção de dois novos sanitários masculino e feminino e de um adaptado para pessoa com deficiência; substituição de bancadas e cubas e instalação de armários; troca geral das instalações elétricas, incluindo colocação de alarme para sanitário PCD; nova forração e colocação de revestimento cerâmico nas paredes das salas da área técnica; correção de pontos de infiltração; colocação de piso tátil nas áreas externa e de espera e pintura geral são alguns dos serviços realizados”.
Os secretários que acompanharam o prefeito na incursão não estão mais dando o seu sangue na Prefeitura, nem o assessor de imprensa ou mesmo o fotógrafo que produziu lindas imagens da promessa feita servem mais ao governo de sangue ruim. Passados quase três anos e meio do início da obrinha de reforma que, certamente, custou menos do que o prefeito gastou em despropositada viagem de confraternização do primeiro escalão em São Paulo, no mesmo período em que vinha demorando a obra interminável, quando o dinheiro sobrava na Prefeitura porque o governo vinha conseguindo dar o calote nos precatórios por conta de uma liminar que a sua cassação faz agora o governo ficar sem ação ou mesmo recorrer a subterfúgios orçamentários e manobras administrativas para socorrer os cofres públicos de sequestros.
Apesar das constantes matérias do DIÁRIO reclamando o atraso das obras de reforma do Hemonúcleo, a situação piorou demais depois que o hospital São José parou de atender, sendo o teresopolitano obrigado a viajar para o Rio de Janeiro ou Petrópolis para realizar o sagrado ato de amor ao próximo. A indignação também tomou conta dos políticos, e um requerimento de informações foi feito ao prefeito. De autoria da vereadora Érika Marra, e aprovado por unanimidade na Câmara, o pedido teve a resposta informada aos vereadores essa semana, com a cópia do processo licitatório e o custo da obra, no valor de R$ 223.138,99, com a planilha de pagamentos efetuados à empresa, informando ainda o governo que o município pagou pelos custos do banco de sangue enquanto ele funcionou em ambiente particular, não informando quanto.
A Prefeitura informou ainda que não houve aplicação de punição ou advertência à relapsa empresa, que foi contratada para entregar a obra no prazo de 6 meses, julho de 2021 e já passou cerca de 3 anos desse prazo. Se alguma empresa foi contratada para a administração do hemonúcleo, os vereadores foram informados que existe em curso um processo de licitação para aquisição de equipamentos e insumos e não para a administração do espaço, que continuará de responsabilidade da secretaria de Saúde.
Pergunta que não quer calar, quando à data de reabertura do Hemonúcleo, o governo informou que “não há data agendada para a reabertura definitiva do Hemonúcleo visto que o processo de licitação de equipamentos e insumos ainda não foi concluído”.