Marcello Medeiros
No início da semana, uma família residente na localidade de Mottas, Terceiro Distrito de Teresópolis, levou um susto com uma visitada inusitada: um Gato-do-mato (Leopardus guttulus) “invadiu” a residência e foi flagrado nas primeiras horas da manhã. Assustado, o pequeno e bonito felino ficou acuado em um dos cômodos até a chegada do Corpo de Bombeiros, que realizou o resgate e deu a destinação adequada ao animal. Segundo moradores, essa foi a primeira situação do tipo na região, cercada por fragmentos florestais e próxima ao Parque Estadual dos Três Picos. Importante frisar que se a pessoa mantiver em casa uma espécie silvestre pode ser autuada a Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998) e receber multas que chegam a aproximadamente R$ 10 mil.
O Gato-do-mato ocorre em quase toda a América do Sul e em parte da América Central. Habita quase todo o território brasileiro, estando presente em todos os biomas do nosso país, apesar de ser bem raro na Amazônia. Há duas espécies, Leopadrus tigrinus e Leopardus guttulus, sendo a última a mais encontrada na Região Sudeste. Ele é o menor dos gatos malhados da América do Sul, pouco maior que um gato doméstico, pesando entre 1,5 e 3,5 kg, medindo entre 38 e 55 cm de comprimento e cauda de 22 a 42 cm. O macho é um pouco maior que a fêmea. Difícil diferenciá-lo do gato-maracajá, é um pouco menor e tem manchas menores e mais numerosas. Possui o porte de um gato doméstico e é uma espécie pouco estudada na natureza.
Ainda segundo o site Onçafari, o Gato do Mato tem hábitos noturnos e prefere caçar após o entardecer e durante a noite toda. “Apesar de serem vistos ocasionalmente em pares, são considerados solitários. Costumam caçar no chão, mas possuem grande habilidade para caçar nas árvores caso seja necessário. Podem apresentar comportamentos diurnos, em especial para evitar conflitos com as jaguatiricas, com o intuito de não serem predados”, informa a página especializada em felinos.
A espécie alimenta-se principalmente de pequenos mamíferos, como roedores, mas também pode caçar presas maiores, como cutias e pacas, além de aves, répteis, anfíbios e insetos. Embora seja classificada como ‘vulnerável’ pela IUCN, figura como ‘em perigo’ na lista nacional do ICMBio. Sua maior ameaça está relacionada ao desmatamento, que causa a perda e fragmentação de seu habitat.