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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Teresópolis tem a segunda menor taxa de homicídios no estado

Município só fica atrás de Petrópolis em levantamento do IPEA nas regiões com mais de 100 mil habitantes

Marcello Medeiros

Na última segunda-feira (05), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou pesquisa realizada em 310 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes em 2017 e fez um recorte regionalizado da violência no país. O Atlas da Violência – Retrato dos Municípios Brasileiros 2019, elaborado em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que houve um crescimento das mortes nas regiões Norte e Nordeste influenciado, principalmente, pela guerra do narcotráfico, a rota do fluxo das drogas e o mercado ilícito de madeira e mogno nas zonas rurais. O estudo identifica uma heterogeneidade na prevalência da violência letal nos municípios e revela que há diferenças enormes entre as condições de desenvolvimento humano nos municípios mais e menos violentos. No estado do Rio de Janeiro, o município com menor taxa de assassinatos é Petrópolis, com 13.9. Logo em seguida vem Teresópolis, com 16.9. No ano da pesquisa foram registradas 28 ocorrências, uma a menos que o município vizinho. Porém, devido à diferença do número de habitantes – 176.060 contra 29.235, a terra de Pedro está à frente na lista. Outro fator importante a ser levado em conta é que, no levantamento por área de atendimento de um determinado batalhão, o nosso engloba ainda os números de outros três municípios sob a responsabilidade do 30º BPM. Nesta terça-feira, o Coronel Marco Aurélio Santos falou sobre a importância da boa colocação da Região Serrana nessa pesquisa.
“Esse realmente é um dado muito importante para nós, é resultado de bom trabalho feito pelas forças de segurança tanto estaduais como municipais. Não podemos atribuir somente a PM. Logicamente temos peso maior por ser uma polícia ostensiva e trabalhar na prevenção, tentar não deixar que não que aconteçam esses crimes, mas se temos esse número é também muito pelo trabalho em conjunto e ação de nossos policiais. É o resultado de um planejamento duro que temos feito nesses dois anos, visto que cheguei em 2017 mesmo. Hoje estamos em segundo lugar, mas levando em consideração que o 30º não toma conta só de Teresópolis, abrangendo ainda São José, Carmo e Sumidouro, temos uma gama maior de trabalho. Antes também trabalhávamos com recursos muito escassos na época, diferente do que temos hoje, e daqui para frente queremos diminuir ainda mais esses crimes relacionados aos homicídios“, enfatiza Marco Aurélio.
Logo depois de Petrópolis e Teresópolis vem Nova Friburgo, com 17.1, mostrando a importância do trabalho realizado em conjunto pelos quartéis dos municípios da Região Serrana. ”Queremos realmente fazer a região uma região toda segura. Muitos crimes não são locais. Tem crime em Petrópolis que esbarra em Petrópolis, crime de Teresópolis que pode ter desdobramento em Friburgo, por isso essa importância de trabalhos estratégicos. A Região Serrana é a que menos impacta no Rio de Janeiro em relação a criminalidade de modo geral, não só homicídios, mas roubos de rua, roubos de veículo, entre outros“, pontua o Comandante.
Um dado de Teresópolis, Petrópolis e Friburgo semelhante aos registros de homicídios de outros municípios está sobre a motivação para tal crime: a ligação com o tráfico de entorpecentes. “Sabemos que a maioria dos assassinatos têm ligação com esse tipo de crime. De todos os casos de 2017, apenas dois ou três tiveram motivação passional, assim como em toda a Região Serrana, onde essa estatística chega a 95%. Aqui não temos rotina de latrocínio ou outros crimes que importunam o cidadão comum. Em relação aos crimes passionais, não temos como prevenir, porque geralmente acontecem dentro de casa e envolvendo pessoas da mesma família”, explica Marco Aurélio.
Analisando também os números do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP), já se percebe uma redução do número de assassinatos em 2018 e 2019, dados que basearão os próximos levantamentos do Ipea. “A gente tem procurado entender como funcionam os casos de homicídio aqui, essa ligação com tráfico, e estamos fazendo ações preventivas para que essa escala reduza ainda mais. Estamos com sistema de câmeras de segurança, com moto patrulha e os policiais do RAS reforçando o patrulhamento e, nos próximos levantamentos, com certeza estaremos nessa posição ou ainda melhor”, enfatiza o Comandante.

Violência no país
O município mais violento do Brasil, com mais de 100 mil habitantes, é Maracanaú, no Ceará. Em segundo lugar está Altamira, no Pará, seguida de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte. Dos 20 mais violentos, 18 estão no Norte e Nordeste do país.  De acordo com o coordenador do estudo, o pesquisador Daniel Cerqueira, os municípios mais violentos têm 15 vezes mais homicídios relativamente que os menos violentos. No estado do Rio, os mais preocupantes são São Gonçalo, Nilópolis e Itaguaí.  Os desafios no campo da segurança pública no Brasil são enormes, na avaliação do coordenador do estudo. “Há luz no final do túnel para dias com mais paz no Brasil e a luz passa por políticas focalizadas em territórios vulneráveis”, acredita Cerqueira D. “Quando essas políticas são feitas e concatenadas com a política de qualificação do trabalho policial, com inteligência e boa investigação, se consegue, a curto prazo, diminuir os homicídios no país”, afirma.   A solução, sugerida pelo estudo conjugaria três pilares fundamentais. Em primeiro lugar, o planejamento de ações intersetoriais, voltadas para a prevenção social e para o desenvolvimento infanto-juvenil, em famílias de situação de vulnerabilidade. Em segundo lugar, a qualificação do trabalho policial, com mais inteligência e investigação efetiva. Por fim, o reordenamento da política criminal e o saneamento do sistema de execução penal, de modo a garantir o controle dos cárceres pelo Estado.

 

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Edição 25/04/2024
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