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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Toca da Ciência lança novos projetos educacionais

Após mais de um ano de paralisação em função da pandemia, projeto busca nova moradia para os seus animais e atividades pedagógicas

Nina Benedito
@ninabenedito

A Toca da Ciência existe há 20 anos com o objetivo de transformar teoria em prática, ensinando ciências de forma lúdica e interativa. Através desse projeto, as crianças possuem a oportunidade de aprender interagindo com animais e plantas, além de realizar diversas experiências científicas. Tal vivência é fundamental para o desenvolvimento dos jovens e a construção da qualidade de vida através da preservação de fauna e flora. Em recente participação no “Programa da Nina”, na Diário TV, o professor Líbero Miranda, fundador da “Toca” falou sobre o importante projeto e as principais dificuldades durante a pandemia. “A ideia da Toca da Ciência veio do incômodo que eu tinha enquanto professor, de ter que trabalhar ciência a partir de um livro que não tem cheiro, cor e nem textura, e eu acho que a ciência tem que ser vivida, tem que ser experimentada”, conta. A proposta é poder ir às escolas e levar para os alunos tudo aquilo que ele está aprendendo na teoria, ou seja, transformar a teoria em prática. “A gente pega o conteúdo que o aluno está trabalhando em sala de aula e transforma em uma aula prática onde ele vai vivenciar tudo aquilo que está nos livros, desde os animais às plantas, uma experiência com um gerador ‘Vandergraph’ que vai arrepiar o cabelo deles, enfim, tudo que a gente puder transformar em uma aula prática, além de se tornar uma aula muito mais interessante, o aluno não esquece o que aprendeu”, completa Líbero. 
No ano passado, a Toca da Ciência deixou de ir às escolas em função da pandemia e, também devido à situação, o espaço não pôde ser visitado. “O que mais aflige a gente e deixou a gente muito preocupado é que temos uma quantidade de bichos muito grande e não tínhamos mais a ida às escolas, não tinha mais a aula prática, então a gente foi perdendo algumas escolas… Agradeço as que permaneceram com a gente até nesse período mais difícil e que ajudaram a Toca a se manter”, destaca o professor. “Chegamos a pensar em parar com esse trabalho, mas continuamos porque não tem como você abandonar um bichinho que nasceu ali com você, e não são dois ou três bichinhos, são muitos, em torno de uns 50 e de diferentes espécies, todos tem um nome, eu não tenho um jabuti, eu tenho o ‘Jabuticaba’, não é uma coruja, é a Lysandra, não é uma cobra, é o Ramom, são animais que foram criados com a gente, fazem parte da família, como você vai abrir mão disso da noite para o dia? Foi muito difícil”, desabafa Líbero.

Nasce um novo projeto
No meio de tantas incertezas e dificuldades em manter os animais, e para tentar sobreviver nesse momento de pandemia e pós-pandemia, o fundador da Toca criou novos projetos com o intuito de manter viva a educação ambiental desenvolvida pela equipe. “Escrevemos um livrinho e vamos desenvolver uma coleção, o primeiro fala sobre a arara, sobre a vida dela, onde vive, como se alimenta. A criança vai poder consumir o livro, e ocasionalmente a gente vai até a escola levando a arara para que ele possa interagir com o animal e curtir um pouco daquele conteúdo” destaca. O livro é bem interativo, bem colorido, divertido e com joguinhos no final, onde as crianças vão poder conhecer um pouquinho das características de cada animalzinho da Toca. Ao final de cada livrinho será divulgado o próximo volume com outra espécie.  Na ideia inicial, a escola que adquirir 100 livrinhos receberá a visita do animal protagonista da edição como cortesia e em forma de agradecimento”, explica.
Com todas as dificuldades impostas pela pandemia e a paralisação de diversas atividades presenciais, a Toca da Ciência se viu obrigada a entregar o sítio onde viviam os animais do projeto e recebiam as visitas dos alunos das escolas parceiras. Os de pequeno porte foram alocados na própria casa do professor, já os animais de grande porte, tais como a Lhama, os gansos, cabritos entre outros, tiveram que ser enviados de forma temporária a um sítio de um amigo. “Eu queria muito ter um espaço novamente, um novo sítio para abrigar todos os nossos animais. Eu preciso estar com os animais de grande porte na Toca de novo, e estamos tentando pedir a colaboração das pessoas através de uma vaquinha online. Mas, a gente não queria fazer somente uma vaquinha para arrecadar fundos para comprar o sítio, eu queria devolver de alguma forma essa ajuda”, afirma. 

Como ajudar
Para quem quiser contribuir com a Toca da Ciência e também com as escolas públicas, já pode acessar a vaquinha online, que vai funcionar da seguinte forma: Para cada R$ 3.990,00 arrecadados (valor esse referente a 100 unidades do livrinho), a Toca da Ciência vai doar para uma escola pública 100 livros, e da mesma forma que é feito nas escolas particulares, a arara irá visitar os alunos da escola pública e terem a oportunidade de conhecerem e interagirem com as crianças. “A gente sempre fez esse trabalho com as escolas públicas, que recebíamos em troca de 1 kg de alimento não perecível, porque a gente sabe que muitas crianças não têm condição de pagar o que a gente cobra das escolas particulares, e esse alimento arrecadado a gente sempre doava para alguma instituição”, explica o idealizador. “Estamos fazendo de tudo para conseguir esse novo sítio e essa vaquinha seria a oportunidade da gente poder ser ajudado, mas ao mesmo tempo eu vou devolver parte desse valor para as escolas públicas em forma de um livro, de educação, de conteúdo pedagógico”. Os empresários que quiserem contribuir com esse projeto doando livros para as escolas ou até mesmo adquirindo para a empresa, a logomarca poderá ser impressa juntamente com os exemplares como uma forma de mostrar a participação no projeto e a ajuda oferecida.

Ramom e Lysandra na Diário TV
O Ramom é uma cobra epicráte, conhecida como arco-íris e que na luz do sol muda um pouquinho de cor. “São animais que a gente sempre passa para as crianças que se for na natureza, não pode mexer,  essa é nascida em cativeiro, criada com a gente desde cedo, é manuseada, já está acostumada com os seres humanos. O Ramom é uma cobra de cativeiro, usada para trabalhos de educação ambiental”, explicou o professor durante a visita aos nossos estúdios.
Outro visitante foi a Lysandra, é uma coruja Tyto furcata conhecida popularmente como Coruja da Torre. Dentro do estúdio, ela fazia um som porque estava em um ambiente diferente e com muita iluminação. “Ela está se protegendo, é uma forma de defesa dela, prestando atenção em tudo. Na Toca da Ciência a gente tem a preocupação de ter aquele ambiente sempre bem mais escurinho pra ela, onde ela fica e as pessoas podem manuseá-la sem problema. É um animal fantástico, uma ave de rapina que tem um vôo extremamente silencioso para capturar a presa e poder se alimentar. Por ter os dois olhos na parte da frente, ela tem a possibilidade de virar a cabeça quase que 360 graus, as outras aves tem os olhos laterais”, detalha Líbero.

Retomada gradual
Após um longo período de paralisação total das atividades em função da pandemia, impactando diretamente na queda vertiginosa da receita e consequentemente dificultando na manutenção e nos cuidados com os animais, a Toca está retomando as visitas nas escolas. “Precisamos movimentar a estrutura e cuidar dos nossos animais, afinal temos despesas fixas com alimentação, veterinário e todos os cuidados necessários com eles”, relata. “No momento estamos retornando para as escolas com toda a segurança e seguindo todos os protocolos sanitários exigidos. E fazemos outras atividades também, como Colônia de Férias, festas, levamos os bichinhos até a festinha. Estamos contatando cursos de inglês e em algumas aulas, trabalhamos cores em uma arara, tipos, possibilitando ao aluno usar termos diferentes e aprimorar o idioma com a ajuda dos animais, fixar o conhecimento a partir dessa experiência”, pontua Líbero.
Vale ressaltar que todos os animais da Toca da Ciência tem a documentação respectiva. Hoje o projeto funciona em um casarão na Rua José Elias Zaquem, 941, em bairro de Agriões, espaço que pode receber apenas famílias e grupos menores. Para saber mais: Instagram –  @tocadaciencia e telefone (21) 98293-0666.

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Edição 08/05/2024
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