Entre a madrugada de segunda e o final da noite de quarta-feira, três mortes brutais foram registradas em Teresópolis. E, detalhe, todas em situação bastante semelhante: os autores chegaram em uma motocicleta, atiraram contra as vítimas e desapareceram sem deixar rastros, indicando que se trataram de casos de execução que a polícia investiga se têm relação com o tráfico de drogas. O último assassinato ocorreu em Paineiras, onde foi baleado várias vezes Luiz Fernando da Silva, 21, “vulgo LD”, morador da localidade. Segundo a Polícia Civil, ele tem passagem por tráfico. Aproximadamente 24 horas antes, foi morto no mesmo bairro o também jovem Thiago Oliveira, o “TH”, de 25 anos. Ele foi atingido por disparos de arma de fogo várias vezes, não havendo tempo para atendimento médico. Segundo a polícia, um parente de Thiago cumpre pena em uma das unidades da Polinter, no Rio de Janeiro, pelo crime de tráfico. As investigações podem apurar se tal situação tem relação com o brutal assassinato ou se trata “apenas” de uma rixa por outro motivo. Atualmente, o rapaz trabalhava como porteiro em uma escola da rede municipal. Na madrugada de segunda-feira, Romário de Andrade foi morto a tiros às margens da RJ-130, em Bonsucesso. Ele também tem passagem por envolvimento com a venda de drogas.
Dono de moto preso
Agentes dos setores PATAMO (Patrulhamento Tático e Móvel) e P2 (Polícia Reservada), do 30º BPM, prenderam um jovem identificado com proprietário de motocicleta utilizada na morte de “TH”. Ela foi abandonada em Paineiras após o crime e os militares chegaram ao local onde o dono identificado na documentação trabalha, uma lanchonete no bairro do Alto. Segundo a polícia, ele alegou apenas ter emprestado a moto para uma pessoa, mas acabou preso por acusação de envolvimento na morte. Além de emprestar o veículo, ele teria ajudado a monitorar a vítima. Outro participante foi identificado e pode ser preso em breve. Informações que possam contribuir com a identificação do autor do crime podem ser passadas para os telefones 190 e 2742-7755. Não é necessário se identificar. O segundo número também funciona como WhatsApp, com sistema de criptografia que protege a identidade do denunciante.
Linha de investigação
Nos últimos meses, outros assassinatos em circunstâncias bem semelhantes foram registrados em Teresópolis. Para compreender o crescimento desse tipo de estatística negativa, conversamos com o Delegado Titular da 110ª DP, Marcio Dubugrass. “Quando acontecem fatos semelhantes aos últimos homicídios registrados na cidade, a primeira coisa que a Polícia Civil faz é justamente tentar identificar as pessoas e verificar se elas possuem anotações criminais. Por serem crimes bárbaros, nós de prontidão verificamos se a vitima tem alguma anotação anterior por trafico de drogas ou uso de drogas. Em muitos casos de homicídio, nós averiguamos que as pessoas envolvidas tinham passagens com anotação por tráfico de drogas, então se percebe que a principal linha de investigação é justamente o envolvimento com esse delito em questão, seja por dívidas com a facção que pertence ou assassinado por facções rivais”, declarou a autoridade policial do município.