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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Queimada destrói grande área na Serra dos Órgãos

Já são quase 30 dias sem chuva, sendo que a última precipitação foi bem pequena, no primeiro dia do mês. A umidade do ar baixíssima, os dias quentes e a falta de respeito do ser humano com o próximo tem gerado um grande problema em toda a região, os incêndios em vegetação. Entre o final da tarde de domingo e a manhã desta terça-feira, mais uma grave ocorrência foi registrada no Parque Nacional da Serra dos Órgãos.

Marcello Medeiros

Já são quase 30 dias sem chuva, sendo que a última precipitação foi bem pequena, no primeiro dia do mês. A umidade do ar baixíssima, os dias quentes e a falta de respeito do ser humano com o próximo tem gerado um grande problema em toda a região, os incêndios em vegetação. Entre o final da tarde de domingo e a manhã desta terça-feira, mais uma grave ocorrência foi registrada no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. O fogo destruiu uma área do tamanho de aproximadamente 170 campos de futebol, atingindo montanhas acessadas pela BR-495, a Teresópolis-Itaipava. As trilhas que levam para o Pilatos e Jacó, além de outras formações vizinhas, foram os locais mais afetados. A destruição só não foi pior por conta da ação dos brigadistas do PrevFogo (ICMBio) lotados no PARNASO, que contaram com o apoio do Corpo de Bombeiros. Além de reforçar a equipe da unidade de conservação, os militares cederam sua aeronave para transportar os combatentes para os pontos mais altos e de difícil acesso, agilizando a luta contra as chamas.
O número de queimadas na região é bem alto, com o Corpo de Bombeiros anotando mais de uma saída para tal por dia. Somente no fim de semana, por exemplo, dezenas de focos de incêndio foram combatidos no Terceiro Distrito, entre Vieira e Bonsucesso – queimadas que podem ser prejudiciais não somente aqueles residentes nessas localidades, mas para toda a população. Pouca gente sabe, mas a água que abastece o principal sistema de captação da Cedae vem, entre outros lugares, dessa região.

Geralmente o fogo tem início em margens de estradas ou propriedades vizinhas a florestas e encostas, tomando posteriormente locais de difícil acesso e consequentemente proporções quase que incontroláveis. Em 2014, por exemplo, grande área do Parque Nacional da Serra dos Órgãos ficou completamente destruída. O incêndio chegou a atingir os campos de altitude da unidade de conservação ambiental. “Uma guimba de cigarro, um material incandescente, um pequeno fogo para a queima de lixo, pode virar uma grande queimada em locais de difícil acesso, onde nossas viaturas não chegam e somente o combate a pé, levando material muito pesado, como bombas costais e abafadores, pode acontecer. Aí complica bastante. Além disso, as condições climáticas podem gerar nova ignição  desse incêndio, muitas vezes em áreas em terrenos íngremes e até perigosos”, atenta o Tenente Coronel André De Mello, Comandante do 16º GBM.
No caso das três unidades de conservação que cercam o município, Serra dos Órgãos, Três Picos e Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis, há brigadas de incêndio. Porém, na grande maioria das vezes, o Corpo de Bombeiros também é acionado para auxiliar na luta contra as chamas. Já em toda a área urbana do município, fora dos limites dos parques, o trabalho é realizado apenas pelos militares.
Além do dano óbvio à fauna e flora, os incêndios florestais podem gerar outros problemas que afetam diretamente o homem, como a supressão de nascentes e o aumento considerável do risco de escorregamentos de terra. “O fogo acaba tirando toda a proteção do solo. No Inverno queima esse material, tira a proteção do solo, e no Verão vem a chuva e deslizamentos de terra porque o solo está lavado, o material é arrastado pela água da chuva mais facilmente. Aí nessa época acaba entrando em cena um novo tipo de atuação do Corpo de Bombeiros. No Verão não apagamos incêndios, mas lutamos para  salvar vidas em decorrência de deslizamentos gerados justamente por conta de um problema que teve início no inverno”, enfatiza o Comandante.

Prevenção e Punição
Incendiar as florestas é crime contra o meio ambiente, contra as pessoas e as espécies animas e vegetais. As leis que falam sobre isto são: Código Florestal (Lei Federal nº 12.651, de 25 maio de 2012), Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998), Lei Estadual nº 3.467, de 14 de setembro de 2000.
Medidas preventivas podem reduzir muito o risco de fogo em matas e campos. Evitam-se assim incêndios altamente prejudiciais para a flora, fauna, solos, água, clima local e paisagem. Eles retardam e dificultam os processos de recuperação do ambiente. O Instituto Estadual do Ambiente (INEA) destaca as seguintes medidas preventivas no caso de propriedades rurais/entorno de lavouras: 
– Retirar ou reduzir o material combustível (folhas, ramos, galhos, troncos, terra vegetal, frutos secos); – Abrir e manter aceiros limpos e desimpedidos; – Não atear fogo em pastos e áreas abandonadas que não tenham limites bem aceirados e que não estejam sob fiscalização.
Podemos ter mais cuidado para que as florestas não sejam incendiadas, evitando: – Queimar o lixo; – Descartar pontas de cigarro acesas; – Fazer fogueiras em acampamentos; – Soltar balões; – Jogar garrafas de vidro ou PET em locais públicos; – Fazer queimadas para limpar pastagem e/ou plantio agrícola. 

 

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Edição 23/11/2024
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