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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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61 anos do Hospital São José

Sonhado desde 1948, hospital foi inaugurado em 6 de janeiro de 1962

Wanderley Peres

Em março de 1948, vendo-se aflito à beira da cama de um hospital do Rio de Janeiro velando a filha doente, o advogado Oswaldo Pereira de Oliveira voltou a Teresópolis com a ideia fixa da criação de um hospital na cidade. Na época, o ambulatório que todos procuravam era o Centro Médico Cirúrgico, no Vale Paraíso, e as emergências mais comuns, de nascimento de crianças e pequenas cirurgias, por exemplo, tinham de ser feitas no Rio de Janeiro, que ficava a 3 horas e meia de viagem de carro, ou em Petrópolis, na metade do caminho.

A ideia germinou em diversas outras mentes e em pouco tempo a cidade inteira se envolvia no projeto. Distintas senhoras da sociedade se organizaram numa entidade, de nome Associação do Hospital São José, presidida por Alice Quintella Maurício Regadas, e dela participando ainda Maria da Conceição Rodrigues Jannotti, Judith Maurício de Paula, Delmira Moura Estêvão, Laura Ducummun, Yeda Couto, Lucy Moura, Dalva Neves, Lília Lima Quintella, Aurea Damião Ferreira, Alice Rodrigues Nunes, Ana Newlands Jannotti, Alvarina Jannotti Nogueira, Dinorah Brittes Oroña, Cassieta Santiago, Yolanda Carvalho, Alice Saldanha, Cremilda Regadas, Vera Aldenur, entre outras, além do contador Waldemar de Oliveira, o prefeito José de Carvalho Jannotti, e o advogado Oswaldo de Oliveira, quem elaborou os estatutos da AHSJT, e ainda o médico Arthur Dalmasso, um dos mais empolgados com o sonho coletivo, realizado 13 anos depois, às 16h do dia 6 de janeiro de 1962, com as bênçãos do bispo diocesano D. Manoel Pedro da Cunha Cintra, de D. Alice Quintella, da Associação de Amigos do HSJ; da Madre Margarida, da Associação Santa Catarina; e do governador Celso Peçanha, quando a Primeira Dama Ilka fez doação para ajudar a equipar o hospital, em memória do ex-governador Roberto Silveira, no valor de Cr$ 1.500.000, e a Loterj outros Cr$ 300 mil. Ainda estiveram presentes na inauguração, entre outros, os secretários de Estado Nelson Rocha, de Saúde e Celso de Oliveira Araújo, de Fazenda; os deputados federais Mario Taborindeguy e José Pedroso, o senador Alfredo Neves, o prefeito Omar Magalhães, o presidente da Assembléia Legislativa do RJ, ex-prefeito José de Carvalho Jannotti, o presidente da Câmara Municipal Roberto Pericles e diversos vereadores, o juiz de Direito Nelson Martins, o deputado estadual Heleno Nunes, o delegado de polícia João Armondes Gonçalves e o radialista Manoel Barcellos, da rádio Nacional.

• COMO FOI O SONHO

Dado o primeiro passo para a realização do sonho daquelas incríveis senhoras de meados do século passado, a organização de uma associação, outro passo importante foi a doação do terreno para a construção do hospital. E isso aconteceu ainda em 1948, quando foi lançada a pedra fundamental do prédio, com a presença de personalidades de relevo, entre elas o governador do Estado, Edmundo Macedo e o bispo diocesano, Manoel Cintra, além de autoridades municipais, alunos dos colégios São Paulo e Euclydes da Cunha.

Com os ânimos incentivados, tudo era motivo para as senhoras saírem em campo nas campanhas de arrecadação de recursos. Partidas de futebol tinha a renda revertida para a associação, até coleta nas arquibancadas faziam. A empresa de ônibus urbano Rainha da Posse, do vereador José Gomes da Costa Júnior, deu um dia da féria para o hospital. E até uma outra associação, formada para criar o brasão de armas do município, também entrou na briga pelo hospital. Criada em 7 de maio de 1959, sob a direção de Maria Kaemer, Arthur Dalmasso, Joaquim Berlim dos Santos, Joaquim Calvão, José de Aguiar Vallim Filho, Max Rayersbach, Max Bruxtsch, Helio Neves, Angelica Rahal, Gilka Figueiredo, participando ainda Antonio Augusto Paz, Amauri Santos, Julios Von Shösten, Jair Damasceno e Osiris Rahal, entre outros, a Turma do Brasão, em campanha paralela, arrecadou recursos para pagar o elevador do Bloco A, daí a placa até hoje no local exibida, dando crédito à relevante benemerência.

Com o prédio praticamente pronto no início de 1960, o sonho agora era outro: encontrar quem tivesse habilidade e competência para a gerência do hospital, surgindo a Associação Congregação Irmãs de Santa Catarina, que assumiu o patrimônio constituído e a responsabilidade de colocar o hospital em funcionamento. A transferência havia sido em concorrida solenidade na Associação Comercial Industrial e Agrícola de Teresópolis, em 5 de abril de 1960, participando do evento o bispo diocesano Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra, de Petrópolis; o prefeito, dr. Omar Magalhães; os deputados José de Carvalho Jannotti e Heleno Nunes; o presidente da Câmara Municipal, vereador Wilson Martins; o presidente da ACIAT, vereador Alfredo Rebello; a madre provincial da Congregação de Santa Catarina, Irmã Cecília Pater; a diretora do Hospital, Irmã Ignez Preusse; a presidente da AHSJT, sra. Alice Regadas e sua diretoria; além de vereadores, médicos, imprensa e convidados.

Na oportunidade, Alice Regadas entregou um relatório sobre o acervo e cometimentos da instituição à madre Cecília, que exaltou o trabalho profícuo e abnegado das senhoras da sociedade, enaltecendo o patrimônio recebido, e anunciando a inauguração do hospital para o ano seguinte. A seguir, falou o então deputado Jannotti, o bispo diocesano Dom Cintra, que enalteceu a obra e o acontecimento que ali ocorria diante de tantas personalidades ilustres, ressaltando que o hospital passava para as mãos de uma Ordem Religiosa das mais acatadas e operosas, o que era indício claro de que o nosocômio iria atingir plenamente as suas finalidades.

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Edição 23/11/2024
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