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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Alerj discute PEC da reforma administrativa que tramita no Congresso

Entre as mudanças, fim da estabilidade para servidores públicos e novas regras para cargos de confiança

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) sediou, nesta segunda-feira, 16, o Seminário Estadual da Comissão Especial da Câmara dos Deputados sobre a Reforma Administrativa, proposta pelo Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 32/20. Em setembro de 2020, o governo federal enviou ao Congresso Nacional a proposta, que modifica a organização da administração pública, propõe o fim da estabilidade aos servidores públicos e altera as regras para ocupação de cargos de confiança. Segundo nota técnica elaborada pela Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle (Conorf) do Senado Federal, caso o texto seja aprovado serão disponibilizadas cerca de 207,3 mil vagas para cargos que hoje são ocupados exclusivamente por servidores. Para o deputado federal Paulo Ramos (PDT-RJ), o desmonte do serviço público já vem acontecendo e essa PEC agrava esse cenário. “A proposta é o resultado final, a pá de cal. Eles querem transferir para a iniciativa privada a gestão de praticamente todos os serviços públicos, o que não podemos aceitar”, afirmou.
O parlamentar, que mediou o seminário, informou que foram convidados para o debate instituições que defendem a aprovação da PEC, mas os representantes não compareceram. “O ideal seria que houvesse um debate também com a presença da parcela que se diz apoiadora da emenda, mas existe uma intimidação ou uma irresponsabilidade de quem defende a PEC, para não ter comparecido”, argumentou. Paulo Ramos ainda disse que essa reunião era um ato oficial da Comissão Especial da Câmara para que o projeto fosse amplamente debatido, em diversos estados, antes de ser votado em Brasília.
Segundo o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, deputado Waldeck Carneiro (PT), o inchaço da máquina pública não está ligada ao servidor público.”Temos dados oficiais que comprovam que o gasto público maior é com juros e amortização da dívida, não com servidores. Queremos um estado que garanta os direitos da população. Se essa PEC for aprovada como está, é o cidadão que vai sair no prejuizo”, disse. Ele ainda lembrou que, segundo o Ministério do Planejamento, de 1991 a 2015 o número de servidores no país só cresceu 8%. “Uma porcentagem irrisória, perto do crescimento da população”, concluiu o parlamentar. Presidente da Comissão de Saúde, deputada Martha Rocha (PDT) lembrou que denúncias importantes de desvio no Governo Federal vieram de servidores concursados. “O que o Governo quer é inviabilizar servidores e serviços públicos com eficiência. É tornar o Estado menos democrático. As denúncias quanto ao desvio de recursos da vacina foram feitas por servidores que tinham sua estabilidade assegurada e garantidos os seus direitos, se não fosse isso, talvez essas ações ainda estivessem encobertas”, contextualizou.
Para a presidente da Comissão da Mulher da Alerj, deputada Enfermeira Rejane (PCdoB), a PEC é um ataque à classe trabalhadora. "Essa reforma visa a retirada de direitos conquistados para os trabalhadores ao longo dos anos", afirmou. Presidente da Comissão de Educação da Casa, o deputado Flávio Serafini (PSol) frisou que a população precisa estar preparada para ir às ruas contra a PEC: “Estamos vivendo uma agenda autoritária. O Parlamento vai resistir, mas a população também precisa se movimentar e ocupar as ruas”.

Sindicato nas ruas
A vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/RJ), Maria Eduarda Queiroga, antecipou que dia 18 de agosto será realizado um ato com a participação de sindicatos em protesto contra a proposta. “Essa PEC prevê uma prática antissindical, que proíbe o servidor de pressionar uma negociação com a utilização da greve. Isso agride gravemente os nossos direitos e vamos brigar para que eles sejam mantidos”, afirmou.

Judiciário com déficit
O presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), Felipe Gonçalves, disse que o judiciário já conta com um déficit de 5 mil servidores. "Querem sucatear o serviço público, sob o pretexto de que a máquina se encontra inchada. Mas o que enxergamos hoje é o contrário, temos na verdade uma desidratação do serviço público”, afirmou Gonçalves, antes de complementar: "Essa PEC não ataca somente os servidores públicos, ela é um ataque à concepção de Estado. Ela quer acabar com os direitos que foram garantidos na Constituição de 88, como o direito à saúde, educação e até ao saneamento básico".

 

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Edição 01/05/2024
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