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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Drama é cada vez maior no bairro do Rosário

Chuvas dos últimos dias deixaram residências ilhadas novamente

Marcello Medeiros

Desde o início do ano os moradores da Rua Acre, entre os bairros do Rosário e Barroso, vivem um grande drama: Com o sistema de manilhas no trecho próximo ao CIEP Sebastião Mello totalmente entupido, toda a água da chuva, e consequentemente boa parte do esgoto da populosa comunidade, tem invadido os imóveis. Em alguns deles, as residências chegam a ficar ilhadas e impossibilitadas de serem utilizadas. O problema já foi reclamado na Prefeitura e Ministério Público, mas até o momento nada mudou. Com isso, as chuvas dos últimos tiraram novamente o sono da comunidade. “Ficou tudo alagado de novo. O secretário de Obras esteve aqui falando em fazer obra. Mas depois de uma audiência disse que a prefeitura não tem condições fazer, que não tem homem capacitado e nem tem verba para obra. Ou seja, não deu nenhuma solução para a gente. Aí estamos com a casa alagada de novo, passando dentro água de esgoto para entrar ou sair. A gente quer uma resposta e não tem. O que eles disseram é que vão ver firma terceirizada para dar valor fazer obra. Mas se não tem dinheiro, como que vão pagar firma de fora para fazer obra?”, questiona Adriana de Paula, uma das vítimas do descaso do poder público.
O DIÁRIO esteve duas vezes naquela comunidade nos últimos dois meses. No início de abril, registramos o ambiente insalubre. “Dentro das duas casas do terreno, a água das chuvas se acumula no primeiro pavimento dos imóveis impedindo qualquer possibilidade de ocupação dos espaços. Cada chuva provoca novos alagamentos e prejuízos. Do lado de fora, uma água negra e mal cheirosa faz parte da rotina das famílias que moram ali. Entre os onze moradores, uma criança de 1 ano e 3 meses é a vítima predileta dos mosquitos, o que se comprova pelas inúmeras marcas de picadas principalmente nas pernas da criança”, atentou a reportagem publicada no último dia 04. 

Problema só aumenta
Na ocasião, também conversamos com a moradora Adriana de Paula. Em seu desabafo, ela diz que, embora conte com a solidariedade de muitas pessoas na doação de roupas e alimentos, o que ela mais deseja é que o problema nas manilhas seja resolvido para que a situação seja amenizada em casa. Ela detalhou o problema que atinge sua família desde os primeiros dias do ano. “No dia 5 de janeiro veio a primeira chuva, mas não encheu tudo. Aos poucos, conforme chovia nos outros dias, a situação ia se agravando até que ficou tudo alagado. Nós identificamos o problema na galeria, já que a água não escorria. Minha cunhada foi na Secretaria de Serviços Públicos, disseram que viriam resolver e até hoje nada”, relata a moradora. Ela conta que uma obra começou ser feita, com máquinas públicas acessando a galeria pela rua debaixo, porém a obra está parada. “A gente continua nessa situação, a água de esgoto com esse cheiro insuportável e os mosquitos invadindo as casas. Minha neta de 1 ano e três meses está com a perninha toda picada de mosquitos. Minha nora está grávida e nem pode ficar aqui. Ninguém resolve nada, não oferecer qualquer assistência. Ninguém aparece pra ver se a gente precisa de alguma coisa. Minha casa está cheia de água, perdi todos os móveis. Isso nem o maior problema. A gente consegue de novo. O que queremos é a solução, que o problema seja resolvido. O resto é com a gente”, garante.
Adriana relata ainda que quando chove forte a família não tem sequer como entrar e sair de casa pelo acesso normal. “Temos que entrar pela casa do vizinho, pular uma cerca e entrar. É pra isso que pagamos impostos? A gente pede ajuda às pessoas que têm contato na Prefeitura, aos vereadores. Quem for entrar agora, que venha resolver essa situação. Comida e roupa a gente tem recebido de amigos e de pessoas que se preocupam com isso. Mas as autoridades não resolvem nada. Vem um, chega outro mas nada é feito”, lamenta.

Difícil solução
De acordo com a dona de casa, sua família chegou a conseguir uma máquina retroescavadeira para que a prefeitura resolvesse o problema das maninhas, mas nem assim o quadro foi revertido. Uma ação teria sido impetrada pela Defensora Pública para que o serviço fosse realizado e o problema solucionado, mas nada acontece. Enquanto isso a família fica sem acesso à parte térrea do imóvel, sendo obrigada a conviver hora com a lama, hora com o esgoto. 
Através da Assessoria de Comunicação da Prefeitura, a Secretaria de Obras informou nesta segunda-feira que técnicos das secretarias de Serviços Públicos, de Obras, Fiscalização de Obras, Meio Ambiente e de Defesa Civil estiveram no local, no dia 9 de abril, terceiro dia útil de trabalho da nova gestão, para realizar uma avaliação sobre a situação e como resolvê-la. Diante da complexidade do quadro encontrado, ou seja, o tipo de solo sobre o qual foram construídas as casas, entre outras questões, os técnicos chegaram à conclusão de que a Prefeitura não dispõe de pessoal especializado para emissão de laudo, desenvolvimento de projeto executivo e execução da obra que precisa ser feita. “Com isso, foi enviada para a Procuradoria Geral ata de compromisso do município para ser encaminhada ao Poder Judiciário, para que o mesmo tenha conhecimento dos riscos que podem ocorrer advindos de uma obra sem os devidos laudos técnicos. O município solicita que seja autorizado a contratar, através de licitação, empresa especializada para tal serviço, com segurança para moradores e trabalhadores que irão atuar no terreno”, informou ainda a Assessoria de Comunicação.

 

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Edição 09/11/2024
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